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BE diz que não entende instabilidade criada por medida que não mexe no OE

Para Catarina Martins, “a política não pode ser um jogo, tem que ser responsabilidade”, enquanto acrescentou que “nós temos tanto para fazer”.
Cristina Bernardo
4 Maio 2019, 17h05

A líder do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, disse este sábado que “não tem nenhum sentido” que o Governo “crie instabilidade” por uma medida sem reflexo no Orçamento do Estado de 2019 e defendeu que a política não pode ser “um jogo”, noticia a agência Lusa.

“Não tem absolutamente nenhum sentido por uma medida que custa zero euros no Orçamento do Estado de 2019, que o que garante é a mesma reposição [de tempo de serviço congelado dos professores] que o Governo tinha prometido fazer e o que faz é abrir uma porta a futuras negociações que permitam continuar um caminho de respeitar quem trabalha, sirva para que de repente o Governo crie instabilidade”, afirmou Catarina Martins, num almoço que juntou cerca de 150 apoiantes em Vila Nova de Famalicão.

Na sexta-feira, 3 de maio, o primeiro-ministro e secretário-geral do PS, António Costa, acusou a oposição de “brincar com o fogo” ao aprovar na especialidade, no parlamento, a recuperação do tempo total de serviço dos professores no período em que houve congelamento de progressões.

O primeiro-ministro deu ainda conta que comunicou ao Presidente da República que o Governo se demite caso a contabilização total do tempo de serviço dos professores, nove anos e quatro meses, seja aprovada em votação final global.

Para Catarina Martins, “a política não pode ser um jogo, tem que ser responsabilidade”, acrescentando: “E nós temos tanto para fazer”. Lembrando o estatuto do cuidador, aumento do salário mínimo, melhorias no Serviço Nacional de Saúde, a coordenadora bloquista afirmou que “desistir desse caminho é desistir de melhorar condições de vida das pessoas”, considerando que isso seria “absolutamente irresponsável”.

Catarina Martins reforçou que a medida aprovada na Assembleia da República, de repor na integra a carreira dos docentes, apenas com o voto contra do PS, não vão “abrir nenhum caixa de Pandora”, explicando que “está garantido exatamente o mesmo tempo que o Governo já tinha dito que daria [à recuperação de tempo de serviço congelado], nem mais nem menos”.

Sobre as eleições europeias, Catarina Martins lembrou alguns dos temas bandeira do BE, como o ambiente, saúde, e o combate ao crime económico. O discurso sobre as eleições de dia 26 de maio ficou a cargo da cabeçada lista do BE, Marisa Matias, que destacou a importância do voto.

“Estamos numa das eleições mais importante das nossas vidas, mas invariavelmente são tratadas como se não tivessem importância nenhuma”. Marisa Matias deixou ainda uma garantia: “Não temos duas caras duas, posições [uma em Portugal, outra em Bruxelas], apenas um comportamento eleitoralista, não temos nunca um comportamento eleitoralista”, disse enquanto se referia a Mário Centeno, ministro das Finanças.

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