PM britânico com terceira baixa de peso numa semana

O primeiro-ministro britânico sofreu a terceira baixa de peso no espaço de uma semana. Agora, foi a vez do responsável pela estratégia do executivo, Paul Ovenden, bater com a porta devido a mensagens enviadas em 2017 onde fazia piadas consideradas inapropriadas sobre a deputada trabalhista Diane Abbott.

São tempos difíceis para Keir Starmer. A sua vice-primeira-ministra Angela Rayner demitiu-se devido a impostos não pagos. Já o embaixador britânico para os EUA, Peter Mandelson, foi demitido pelo nº 10 de Downing Street depois de uma investigação da “Bloomberg” revelar que manteve uma relação próxima ao pedófilo Jeffrey Epstein.

A crise política acontece na semana em que Donald Trump vista o Reino Unido. Depois da polémica com o embaixador Mandelson, as ligações do presidente americano a Jeffrey Epstein poderão vir a dominar a visita.

Paul Ovenden anunciou a demissão no dia em que o canal ITV News vai revelar estas mensagens. Em comunicado, pediu desculpas pelas mensagens, reconhecendo que eram inapropriadas. A sua conta foi hackeada, revelou. Na altura, Ovenden ocupava o cargo de assessor de imprensa junior.

“Não quero ser uma distração para o trabalho do Governo. Quero tornar muito calro que nenhum dos meus colegas no Governo, nem o primeiro-ministro, sabiam algo sobre isto”, segundo o comunicado citado pela “Bloomberg”.

Ovenden é considerado um aliado do chefe de gabinete do primeiro-ministro, Morgan McSweeney, que tem estado sob pressão por causa de uma série de polémicas, incluindo o caso que envolve o embaixador Mandelson.

A performance do executivo Starmer está a criar uma grande insatisfação dentro do Partido Trabalhista, que consideram

A convenção anual do partido vai ter lugar este mês, onde os rivais vão ter a oportunidade de testar a autoridade de Starmer. Fontes do partido consideram que, ao fim de 14 meses, o desgate do executivo Starmer é equivalente ao dos conservadores após… 14 anos no poder.

“Os ratings dos Trabalhistas são semelhantes ao do anterior Governo Conservador (…) depois de várias demissões e despedimentos que podem criar uma percepção pública que o executivo está à deriva, ou pior, que há uma crise no Governo”, disse à “Bloomberg” Keiran Pedley da empresa de sondagens Ipsos.