A insuficiência cardíaca caracteriza-se por um conjunto de sintomas e sinais que surgem quando o coração não funciona de forma adequada para fornecer sangue de forma eficiente às necessidades do organismo. As causas podem ser várias, incluindo doenças das artérias coronárias, hipertensão arterial, problemas nas válvulas do coração ou doenças do próprio músculo cardíaco. A insuficiência cardíaca é uma situação frequente e, apesar de poder surgir em qualquer idade, a sua incidência é maior a partir dos 50 anos. É um problema de saúde grave, podendo levar a sintomas incapacitantes, a necessidade de hospitalização e associa-se a maior risco de mortalidade.

Os sintomas podem variar, mas os mais frequentes incluem sensação de cansaço, falta de ar ao realizar atividades ou até mesmo em repouso, inchaço nas pernas, tornozelos e abdómen e, por vezes, palpitações ou tosse persistente. Muitas pessoas notam por vezes também aumento rápido de peso por retenção de líquidos. Reconhecer esses sintomas e sinais precocemente é essencial para procurar ajuda médica e evitar complicações mais graves.

Embora qualquer pessoa possa desenvolver insuficiência cardíaca (dependendo da causa), existe maior risco se houver história de hipertensão arterial, doença coronária, doença nas válvulas do coração, diabetes, obesidade, tabagismo e história familiar de problemas cardíacos. Além disso, um estilo de vida não saudável, como sedentarismo, alimentação inadequada e consumo excessivo de álcool, também aumenta o risco. A insuficiência cardíaca é uma situação frequentemente progressiva se a causa não puder ser eliminada.

Como vários dos sintomas e sinais de insuficiência cardíaca são inespecíficos e podem confundir-se com outras situações, o diagnóstico envolve sempre a avaliação médica com colheita da história clínica do doente, o seu exame físico e alguns exames complementares como ecocardiograma, eletrocardiograma, radiografia do tórax e análises. Esses testes iniciais ajudam ao diagnóstico e a determinar o tipo e a gravidade da insuficiência cardíaca. Frequentemente outros exames são posteriormente necessários para esclarecimento completo da situação e decisão de eventuais terapêuticas dirigidas à causa.

A insuficiência cardíaca pode ser classificada em dois tipos principais: a que decorre com contractilidade cardíaca diminuída, ou seja, a contração do coração não é eficaz, expulsando pouco sangue para o organismo em cada batimento cardíaco; e a que decorre com contractilidade cardíaca normal ou quase normal, na qual o coração tem dificuldade em acomodar o sangue que recebe. O tratamento destas duas situações é diferente em vários aspetos.

Ter insuficiência cardíaca pode limitar muito as atividades diárias, causando fadiga, falta de ar ao caminhar ou realizar tarefas simples. O inchaço nas pernas e nos tornozelos pode dificultar o uso de roupa e calçado. O medo de agravamento leva ao aumento da ansiedade. A incapacidade de manter uma rotina normal pode prejudicar o bem-estar emocional e social, além de ter impacto na saúde mental e aumentar o risco de depressão.

Embora a cura completa nem sempre seja possível, a insuficiência cardíaca pode ser controlada de forma eficaz com tratamento adequado. São utilizados medicamentos que ajudam o coração a funcionar melhor e que controlam muitos dos sintomas. Mudanças no estilo de vida, como uma alimentação saudável, controle do peso, prática de exercício físico (sob indicação e orientação médicas), abandono do tabaco e moderação no consumo de bebidas alcoólicas, também são fundamentais. Em casos mais avançados, procedimentos cirúrgicos ou implantação de dispositivos como pacemaker ou desfibrilhador podem ser necessários.

A principal é manter uma alimentação equilibrada, com pouco sal, açúcar e gordura, além de aumentar o consumo de frutas, vegetais e cereais integrais. É importante praticar atividades físicas regularmente, conforme orientação médica, evitar o tabaco, limitar o consumo de álcool e controlar o peso. Vigiar a pressão arterial, o açúcar no sangue e o colesterol também ajuda a prevenir o agravamento de doenças que levam à insuficiência cardíaca. A adesão ao tratamento e a vigilância médica regular são essenciais para evitar complicações. Reconhecer os sinais precocemente e seguir o tratamento pode melhorar a qualidade de vida e prevenir complicações.