O empresário Joe Berardo está a ser ouvido na comissão parlamentar de inquérito à Caixa Geral de Depósitos (CGD). Joe Berardo é um dos grandes devedores à banca nacional. Segundo o relatório elaborado pela EY, o empresário madeirense está no centro de 350 milhões de créditos ruinosos do banco do Estado. Sobre estes, Berardo garante que só fala à porta fechada e até pediu às máquinas fotográficas e câmaras que se retirassem da sala no parlamento onde está a ser ouvido.
“Como cidadão, tentei ajudar os bancos”, assegurou Joe Berardo.
O comendador que clarificou que, no âmbito dos empréstimos concedidas pela CGD, o banco do Estado devia vender caso excedessem um limite (não especificado). Assim, no caso do financiamento para comprar ações do BCP, Joe Berardo assegurou que a CGD não vendeu os créditos, não evitando assim os prejuízos que originaram.
Joe Berardo garantiu ainda que os seus negócios “nunca foram decididos por opinião política”. “Não sei o que posso esclarecer. Não tive opiniões que não de financiadores”, disse o empresário. “Não foi só ao BCP, mas também outras companhias em que investimos, como a Cimpor ou a Teixeira Duarte”.
“Em não sei quantos anos, fizemos perto de sete mil milhões em trading na bolsa”.
O PSD continua ao ataque e pergunta como é que foi conseguida a diminuição da taxa de juro.
“Quando estávamos a negociar, tínhamos uma situação de take it or leave it” (aceita ou não). “Mas eu não estive nas negociações”, garantiu.
O PSD questionou se o empresário “valerá mais” que os cidadãos portugueses na hora de obter crédito à banca. O comendador não respondeu.
Os sociais democratas perguntaram ainda pelo aval pessoal que Joe Berardo terá dado à CGD para participar no aumento de capital de 38 milhões de euros ao BCP. “Não me lembro”, respondeu o comendador.
Em dezembro de 2007, o então governador do Banco de Portugal, teve uma reunião com Joe Berardo. O empresário garantiu que o objeto da reunião foi a “crise que havia” no BCP.
O advogado de Berardo revelou que queria que fosse encontrada uma solução. “O nome de Carlos Santos Ferreira” para liderar o BCP teve a aceitação dos maiores acionistas, disse o jurista. Joe Berardo disse que não se recorda quem é que foi escolhido.
(atualizada)
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