As empresas precisarão de 2 biliões de dólares em receitas anuais para financiar a capacidade computacional necessária à procura crescente de IA até 2030, segundo um novo estudo da Bain & Company.
Mesmo com as poupanças que a IA já está a gerar, globalmente ainda existe um défice de 800 mil milhões de dólares, segundo o estudo.
O sexto relatório anual de tecnologia da Bain estima que, até 2030, os requisitos adicionais de computação de IA podem atingir 200 gigawatts, com os EUA a serem responsáveis por metade deste consumo. “Se as atuais leis de escalabilidade se mantiverem, a IA pressionará cada vez mais as cadeias de abastecimento a nível global”, afirmou Álvaro Pires, sócio da Bain & Company.
O gestor diz ainda que “até 2030, os líderes tecnológicos terão o desafio de investir cerca de 500 mil milhões de dólares em despesas de capital e de encontrar 2 biliões de dólares em novas receitas para responder à procura de forma rentável”.
“Como a procura de IA está a ultrapassar a eficiência dos semicondutores, será fundamental gerir a inovação, a infraestrutura e eventuais escassezes para enfrentar os próximos anos”, concluiu.
Apesar dos desafios, várias organizações expandiram a IA em processos centrais e reportaram ganhos de 10% a 25% no EBITDA nos últimos dois anos. As empresas mais ágeis, que escalam a IA em grande escala, estão a distanciar-se cada vez mais daquelas que permanecem em fase experimental, defende a consultora.
Tarifas, controlos nas exportações e a pressão dos governos a nível mundial para uma inteligência artificial soberana estão a acelerar a fragmentação das cadeias de abastecimento tecnológicas globais, conclui a Bain.
À medida que as cadeias de abastecimento de semicondutores se fragmentam, os EUA e a China continuam na linha da frente, sendo que a China representa cerca de 20% da capacidade mundial de fabrico de chips só este ano, revela o relatório.
A Bain & Company destaca ainda que a par da rápida aceleração das iniciativas de IA, existem dois fenómenos tecnológicos distintos: o avanço da computação quântica e o crescimento dos robôs humanoides.
A computação quântica tem potencial para gerar até 250 mil milhões de dólares em valor de mercado em setores como a indústria farmacêutica, finanças ou logística, criando oportunidades que serão graduais, embora não garantidas, antecipa a Bain.
“Paralelamente, o interesse por robôs humanoides passou de vídeos virais para avaliações de milhares de milhões de dólares. À medida que estes robôs se tornam mais comuns, o sucesso comercial dependerá da prontidão do ecossistema e as empresas que os testarem mais cedo estarão mais bem posicionadas para se tornarem líderes numa nova era de crescimento”, refere a consultora.
“Embora os robôs atraiam tanto atenção mediática como investimento, a maioria das implementações continua numa fase inicial e com forte dependência da supervisão humana”, finaliza a Bain.
“As capacidades de IA soberana são cada vez mais vistas como uma vantagem estratégica ao nível da força económica e militar”, afirmou Álvaro Pires, sócio da Bain.
“Embora a IA soberana seja uma prioridade global, os objetivos de cada país variam. Por isso, para a maioria dos países, alcançar uma independência total em toda a cadeia não é viável, pelo menos por agora. Tendo em conta estas diferenças, é improvável que as normas globais de IA venham a convergir”, conclui.
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