Mais de 300 mil milhões de barris jazem debaixo da Venezuela. É a maior reserva global provada do mundo e corresponde a um quinto das reservas globais.
A Arábia Saudita surge na segunda posição (267 mil milhões de barris), seguida do Irão (208 mil milhões), e do Canadá (163 mil milhões). Estes quatro países detêm mais de metade das reservas globais de petróleo.
Por dia, o país produz apenas um milhão de barris, menos de 1% da produção de crude a nível global, muito abaixo do seu potencial.
Esta semana, o presidente americano Donald Trump ameaçou o país sul-americano com ataques “em terra”, usando como pretexto o combate aos “traficantes de droga” da Venezuela.
Caracas já respondeu e considera que o objetivo de Washington é conseguir ter acesso às maiores reservas mundiais de petróleo. O país produz atualmente 800 mil barris por dia.
Os EUA já contam com uma dúzia de navios de guerra nos mares da região e com mais de 15 mil soldados.
Desde que Nicolas Maduro assumiu o poder em 2013 que a produção caiu para metade. Desde o início do regime Chavez/Maduro em 1999 que a produção caiu para menos de um terço face aos 3,5 milhões de barris à época.
O crude venezuelano é diferente do saudita, por exemplo, sendo mais pesado, logo mais difícil de extrair. Mas é melhor para produzir certos produtos, como gasóleo, asfalto e outros combustíveis para a indústria, ao contrário do saudita que é melhor para produzir gasolina.
O mercado mundial de gasóleo está mais apertado atualmente, em grande parte devido às sanções sobre o petróleo venezuelano.
As grandes petrolíferas internacionais têm capacidade para tal, mas têm sido proibidas de operar no país desde que Washington começou a impor sanções em 2005.
Em 2022, o presidente Joe Biden deu autorização à petrolífera Chevron para operar no país, mas Donald Trump começou por revogar a licença este ano, para depois voltar a permitir a operação.
Washington tem sido acusado por Caracas de querer invadir o país para roubar o petróleo, com Trump a argumentar que quer combater o narcotráfico.
Apesar de os EUA serem o mais produtor mundial, ainda precisam de comprar petróleo ao exterior, pois produzem somente crude leve.
O país compra atualmente mais de 100 mil barris por dia à Venezuela, ficando na 10ª posição de fornecedores, mas fica muito atrás dos mais de 250 mil barris comprados à Arábia Saudita ou mais de 4 milhões ao Canadá.
O país compra atualmente mais de 100 mil barris por dia à Venezuela, ficando na 10ª posição de fornecedores, mas fica muito atrás dos mais de 250 mil barris comprados à Arábia Saudita ou mais de 4 milhões ao Canadá.
A abertura do setor petrolífero venezuelano ao mundo e às companhias globais poderá tornar o país num produtor mais musculado,.
“Se tivermos um governo legítimo na Venezuela, abriria as portas ao mundo para mais fornecimento, reduzindo o risco de disparos nos preços e escassez”, disse à “CNN” Phil Flynn analista da Price Futures Group.
A petrolífera estatal venezuelana PDVSA disse que a sua infraestrutura não é atualizada há 50 anos e que o custo para a atualizar teria um custo de quase 60 mil milhões de dólares. A estimativa foi divulgada em 2021 pela “Reuters” com o investimento a ter capacidade para a produção em 3,4 milhões de barris diários aos níveis registados em 1998 antes de Hugo Chavez chegar ao poder.
A invasão americana da Venezuela arriscar impactar preços do petróleo, alertaram os analistas da XTB esta quarta-feira.
“Um cenário de escalada, pode traduzir-se em maior volatilidade nos preços do crude, que apresenta uma valorização em torno de 18% em relação ao ano passado”, segundo uma nota divulgada na quarta-feira pela plataforma de investimento.
“Além disso, este conflito pode levar a prémios de risco mais elevados na dívida soberana e maior sensibilidade dos investidores a notícias sobre sanções, interrupções de produção ou incidentes nas Caraíbas”, acrescenta.
A XTB destaca que este tema “deve ser acompanhado de perto, como um risco potencial para aquilo que é o segmento energético e para os ativos da América Latina (LATAM) em geral”.
“Qualquer episódio que reduza ainda mais a já limitada produção venezuelana, tende a reforçar os prémios de risco no mercado petrolífero, e aumentar a importância de outros produtores dentro do cartel para assim lograr a estabilização dos preços”, acrescenta.
As forças dos EUA também têm realizado ataques contra embarcações nas Caraíbas. O objetivo de Washington é acabar com o denominado Cartel de los Soles, da qual Maduro fará parte.
O Governo da Venezuela rejeita todas as acusações.
Numa chamada de 21 de novembro, divulgada esta semana pela “Reuters”, Nicolas Maduro terá dito a Trump que estava disposto a abandonar a Venezuela desde que ele e a sua família fossem alvo de uma amnistia, pedindo a remoção de todas as sanções e o fim de um caso no Tribunal Criminal Internacional. O presidente americano terá rejeitado a maioria dos pedidos, dando uma semana a Maduro para abandonar o país rumo a um país à sua escolha com a sua família, mas este prazo já terminou.
Tagus Park – Edifício Tecnologia 4.1
Avenida Professor Doutor Cavaco Silva, nº 71 a 74
2740-122 – Porto Salvo, Portugal
online@medianove.com