O presidente da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública considera que a nova estirpe não é o único motivo que levou ao agravamento de novos casos de Covid-19 nos últimos meses, argumentando que se trata de uma “situação multifaturial”.
Embora a estirpe do Reino Unido, que tem uma maior transmissibilidade e, segundo dados preliminares, chega a ser 30% mais mortal, possa ter resultado no aumento de novos casos, Ricardo Mexia alerta que “mesmo que se retirassem os 20% que se estimam ser agora” o acumular de pessoas infetadas com a nova variante, “continuamos com uma situação difícil”.
Não é seguramente só a questão da nova estirpe”, frisou durante a audição conjunta na Comissão Eventual para o acompanhamento da aplicação das medidas de resposta à pandemia da doença Covid-19 e do processo de recuperação económica e social.
Para o representante dos médicos de saúde pública, também a redução das restrições nas épocas festivas e a adoção de comportamentos durante esse período tiveram uma influencia significativa nos números diários reportados pela Direção-Geral de Saúde, no entanto, relembra que os meses de novembro e dezembro foram “períodos complicados” pois foram alturas onde se registaram um pico de novas infeções.
Embora se tenha conseguido reduzir esse valor, Portugal continuou a registar, durante esse período, cerca de três mil novos casos diários. “Um número significativo”, acrescentou, referindo ainda que a notícia da chegada das primeiras vacinas também influenciou o comportamento dos portugueses.
“O impacto, do ponto de vista comunitário, vai demorar largos meses a sentir-se. Houve um relaxamento generalizado por parte de muitos dos cidadãos”, critica.
Outro fator que terá contribuído para o aumento de casos foi a vaga de frio registada no início de dezembro “que contribuiu de forma importante para o agravar da mortalidade não Covid-19”.
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