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Empresas do sector imobiliário defendem extensão das moratórias para travar “bomba atómica”

Presidente da APEMIP considera fundamental que seja ponderado o prolongamento das moratórias de crédito por, pelo menos, mais um ano ou até mais tempo, sob pena do país assistir a uma verdadeira “bomba atómica” na economia.
29 Janeiro 2021, 09h38

As empresas do sector imobiliário consideram que o fim do regime das moratórias de crédito a empresas e famílias previsto para setembro deste ano, poderá resultar numa verdadeira “bomba atómica” para a economia.

Em comunicado emitido esta sexta-feira, 29 de janeiro, Luís Lima, presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária (APEMIP), pede mais tempo ao Governo para que as empresas e pessoas consigam criar o seu “bunker” de forma a sofrerem a mínima “radioatividade possível”.

O adiamento do regresso à normalidade provocado pela pandemia da Covid-19 veio aumentar ainda mais a incerteza e a instabilidade das empresas e famílias. A entidade salienta que esta situação pode levar a um elevado nível de incumprimento assim que terminar o regime das moratórias.

“Perante o cenário atual é fundamental que seja ponderado o prolongamento das moratórias de crédito por, pelo menos, mais um ano ou até mais tempo, como sugeriu o próprio Presidente da República, sob pena de assistirmos a uma verdadeira “bomba atómica” na economia, por via do incumprimento em massa e do crédito malparado”, refere Luís Lima.

O responsável sublinha que esta é uma decisão que deve ser tomada e anunciada o quanto antes para que os agentes económicos possam avaliar a sua situação. “Mais cedo ou mais tarde esta bomba explodirá, e por isso é importante que as pessoas e empresas tenham algum tempo para conseguirem criar o seu “bunker” de forma a sofrerem a mínima “radioatividade possível”, frisa.

Olhando em concreto para o sector imobiliário, Luís Lima diz que, na pior das hipóteses, o fim do regime das moratórias poderá resultar num cenário de incumprimento do pagamento das prestações de crédito à habitação, podendo dar-se o caso de resultar num aumento significativo da oferta imobiliária.

O representante das imobiliárias defende a extensão do regime das moratórias “durante o tempo necessário para que se permita uma total recuperação económica. Durante este período, poder-se-á encontrar um meio-termo para que pessoas e empresas possam assumir pelo menos o valor dos juros”, refere, estabelecendo uma metáfora com a pandemia e o recurso a ventiladores: “podem não salvar toda a gente, mas pelo menos, ajudarão muitos a sobreviver”.

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