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Óleo de palma no gasóleo quintuplica em 2018

“Mais de metade (53%) de todas as importações de óleo de palma foi utilizada para produzir biodiesel para automóveis e veículos pesados e 12% para a produção de energia elétrica e aquecimento, dois recordes a registar”, indica a associação ambientalista Zero.
24 Julho 2019, 17h34

É uma matéria-prima insustentável, mas continua a ser utilizada diariamente sem nos apercebermos. A procura por óleo de palma continua a ameaçar os habitats de animais e diversas espécies animais, nomeadamente orangotangos. Um estudo do Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG), citado pela Zero, revela que em apenas um ano, Portugal passou a usar cinco vezes mais óleo de palma na produção de gasóleo.

Apesar dos europeus estarem a consumir cada vez menos óleo de palma na alimentação, o mesmo não se verifica na produção de combustíveis, sendo que “estão a queimar mais óleo de palma nos automóveis e veículos pesados”, avança a Associação Zero que denuncia o problema.

Em 2018, “65% de todo o óleo de palma importado para a UE foi consumido para energia. Mais de metade (53%) de todas as importações de óleo de palma foi utilizada para produzir biodiesel para automóveis e veículos pesados e 12% para a produção de energia elétrica e aquecimento, dois recordes a registar”, indica a associação ambientalista.

Em 2017 utilizaram-se 7,6 milhões de litros de óleo de palma na produção do biodiesel, uma vez que a lei esclarece que este tem de ser incorporado no gasóleo rodoviário. O número aumentou em 2018 para 38 milhões de litros deste produto.

A Associação Zero aponta as culpas para a Galp, localizada em Sines que produz o biodiesel utilizado para incorporar no gasóleo rodoviário. “Há duas razões fundamentais para a incorporação de óleo de palma na produção de biocombustíveis: é o óleo vegetal mais barato e o processo de fabricação de HVO (Hidrogenated Vegetable Oil) tem custos mais reduzidos recorrendo ao uso de óleo de palma do que ao óleo de colza ou soja”, indica a Zero.

Em maio do presente ano, a União Europeia classificou o uso do óleo de palma como insustentável e pretende que este seja eliminado até 2030. Cerca de 87% da importação do óleo de palma para Portugal provém da Indonésia e Malásia, estando então a contribuir para a desflorestação que está a devastar estes países.

Em agosto do ano passado, a Greenpeace partilhou um vídeo nas suas redes sociais a alertar para o facto de muitos produtos que utilizamos diariamente conterem óleo de palma e, indiretamente, contribuirmos para o desaparecimento de espécies em vias de extinção e da desflorestação.

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