A Polícia Judiciária (PJ) deteve dois indivíduos pelo crime de burla, na sequência da segunda fase da operação “Cordial Mente”, investigação que desmantelou um grupo, em novembro, suspeito de crimes económicos que terão causado danos de 10 milhões de euros, lesando “inúmeras” empresas, particulares e o Estado. Grupo é suspeito de comprar mercadoria sem pagar, revendendo-a a preços mais reduzidos e recorrendo sempre a empresas fictícias. Estão em causa crimes como burla qualificada, falsificação de documentos, recetação e fraude fiscal.
“Na sequência da operação desencadeada em novembro de 2018, em inquérito titulado pelo DIAP de Santarém relativo à investigação de crimes de burla qualificada, branqueamento, fraude fiscal e associação criminosa, foram agora realizadas mais 22 buscas na zona norte do país, tendo resultado a apreensão de diverso e relevante material probatório”, revela a PJ em comunicado. O total de detidos ascende já a 20.
Segundo a PJ, em cumprimento de mandados de detenção emitidos pela autoridade judiciária, foram detidos mais dois indivíduos, do sexo masculino, ambos com 50 anos de idade, por se encontrarem fortemente indiciados pela referidas suspeitas de crimes.
Após apresentação à autoridade judiciária, foram aplicadas as medidas de coação de prisão preventiva a um dos indivíduos e de proibição de contacto com os restantes arguidos ao outro.
Nesta investigação estão em causa crimes praticados de forma organizada, concretizados através da constituição de firmas fictícias, com o recurso a faturação falsa, simulando transações reais.
Foram já contabilizados danos patrimoniais que ascendem a cerca de dez milhões de euros, decorrentes de terem sido lesadas inúmeras empresas e particulares, bem como o próprio Estado, em termos fiscais.
O somatório dos prejuízos causados a quem vendeu e não recebeu, dos impostos que o Estado deveria cobrar e dos prejuízos do comércio legal, que deixou de vender devido ao “dumping”. Como se tratava de grandes quantidades de mercadoria, os privados lesados foram sobretudo retalhistas e não consumidores finais.
A operação envolveu a afetação de meios humanos e materiais das Diretorias do Centro e Norte, bem como do Departamento de Investigação Criminal de Braga, num total de cerca de 40 operacionais.
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