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Von der Leyen culpa Dombrovskis por cláusula polémica no mecanismo de exportação de vacinas

As tensões entre a AstraZeneca e Bruxelas obrigaram o executivo comunitário a emitir um mecanismo que visava controlar os carregamentos de vacinas oriundos da União Europeia e que tinham como destino a Irlanda do Norte.
1 Fevereiro 2021, 16h11

A presidente da Comissão Europeia procurou desviar as responsabilidades que lhe eram associadas pelos procedimentos de controlo de exportação de vacinas que foram anunciados na sexta-feira.

De acordo com a “Bloomberg”, esta segunda-feira, Ursula von der Leyn indicou que um dos seus vice-presidentes, nomeadamente Valdis Dombrovskis, tinha sido o responsável por essa regulamentação que se mostrou altamente controversa.

“O que vos posso dizer é que existe um gabinete que liderou esta matéria, o do vice-presidente executivo Valdis Dombrovskis, visto ser ele o responsável pelo comércio”, avançou o porta-voz principal da Comissão Europeia, Eric Mamer, aos jornalistas presentes na capital belga. “Este regulamento é da responsabilidade de Dombrovskis e do seu gabinete e, claro, dos serviços da comissão que lhe respondem”.

Em causa está o mecanismo de controlo de exportação de vacinas que são produzidas dentro da União Europeia, apresentado na sexta-feira, passada. Inicialmente, o plano incluiu a possibilidade de se introduzir restrições comerciais entre a Irlanda e a Irlanda do Norte. Tal cláusula foi, no mesmo dia, desconsiderado após a polémica que criou.

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A polémica surgiu depois da Comissão Europeia ter desistido de incluir a Irlanda do Norte no mecanismo de controlo de exportação de vacinas, após críticas britânicas indicarem que comprometeria os acordos do Brexit para a ilha da Irlanda. Trata-se de um sistema de notificação e de alerta sempre que as farmacêuticas queiram exportar vacinas para outros países, e não de uma proibição de exportação.

O plano inicial incluía uma opção para Bruxelas invocar uma cláusula de emergência no acordo do Brexit que poderia introduzir restrições entre a República da Irlanda e a Irlanda do Norte, uma perspetiva que foi recebida com consternação em Dublin, Londres e Belfast. Logo após o anúncio do mecanismo, von der Leyen recuou e anunciou intenções de eliminar essa parte do plano.

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