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Tráfego de dados atinge máximos e está 87% acima do observado antes da pandemia

Dados da Anacom evidenciam que o tráfego de dados fixos, ou seja o consumo de internet em casa, “que representa 96% do total do tráfego de dados”, é o tipo de tráfego que apresenta o “maior desvio face à semana anterior à declaração de pandemia”.
Edifício-sede da Autoridade Nacional de Comunicações, em Lisboa
2 Fevereiro 2021, 17h50

Quando foi restabelecido o confinamento generalizado da população e foram suspensas as atividades letivas, na semana de 18 a 24 de janeiro, o tráfego de dados disparou 9% face à semana anterior, registando-se um novo máximo no consumo das comunicações. O  tráfego de dados é hoje 87% superior ao verificado no período anterior à pandemia e está 12% acima do consumo de dados registado na semana do primeiro estado de emergência, em março de 2020, segundo dados da Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom).

Os dados da Anacom evidenciam que o tráfego de dados fixos, ou seja o consumo de internet em casa, “que representa 96% do total do tráfego de dados”, é o tipo de tráfego que apresenta o “maior desvio face à semana anterior à declaração de pandemia”.

Já o tráfego de voz disparou 7% na semana de 18 a 24 de janeiro, face à anterior. Assim, o consumo dos serviços de voz é hoje 32% superior aos níveis pré-pandemia. Ainda assim, o tráfego de voz está 8% abaixo dos níveis da semana relativa ao primeiro estado de emergência. O tráfego de voz móvel representa 89% do total do tráfego de voz.

“Em comparação com a semana anterior, o tráfego de voz fixa e o tráfego de voz móvel aumentaram 10% e 6%, respetivamente”, lê-se na análise da Anacom. Já o tráfego de dados fixos aumentou 10% face à semana anterior e o tráfego de dados móveis diminuiu 1%.

O regulador das comunicações diz que durante o primeiro estado de emergência, decretado em 19 de março de 2020, o tráfego de voz fixa cresceu, em média, 53% acima da tendência de crescimento antes da pandemia. Já na voz móvel, esse crescimento foi de 36%, em média.

Após os primeiros 15 dias do primeiro estado de emergência, os valores estabilizaram, de alguma forma. “O crescimento atribuível às medidas excecionais e extraordinárias foi entre 46% e 47%, no caso do tráfego de voz fixa, e entre 34% e 38% no caso da voz móvel.

A evolução do tráfego
Segundo os dados da Anacom, terminada a primeira vaga de estados de emergência – entre março e abril -, o tráfego das comunicações só voltou a acelerar em setembro, com a entrada em vigor do estado de contingência, no dia 15 e posteriormente com o estado de calamidade, em 15 de outubro.

Aí, “verificou-se uma nova aceleração do tráfego de voz”. “Neste período, o tráfego de voz fixa e o tráfego de voz móvel aumentaram adicionalmente 1,6% por semana e 0,8% por semana, respetivamente, face ao período anterior”, lê-se.

“Com a entrada em vigor do segundo estado de emergência, em 9 de novembro, registou-se um abrandamento devido à ocorrência de feriados no mês de dezembro. As novas medidas restritivas impostas a partir de 15 de janeiro contribuíram para a aceleração do tráfego de voz”, acrescenta a o regulador.

Os dados do regulador evidenciam, contudo, que, desde o início da pandemia, nas semanas em que existiram feriados o consumo de
tráfego de voz fixa e móvel caiu 8%. A mesma tendência se verificou no mês de agosto de 2020 – habitualmente um mês marcado pelas férias de verão -, registando-se uma queda de 10% do tráfego de voz fixa e móvel.

Por outro lado, desde a entrada em vigor das medidas de combate à pandemia, tem sido o tráfego de dados fixos que mais aceleração no consumo tem revelado. Por exemplo, no primeiro estado de emergência, em março de 2020, o tráfego de dados fixo (a internet consumida em casa) cresceu cerca de 49% acima da tendência observada antes da pandemia.

“Após esse período, o crescimento atribuível às medidas excecionais e extraordinárias variou entre 31% e 36%”, lê-se.

Ora, com a entrada em vigor do estado de contingência de setembro do ano passado e, posteriormente, com o estado de calamidade, em outubro, tal como no caso do tráfego de voz, os dados da Anacom evidenciam “uma nova aceleração do tráfego de dados, embora com um crescimento adicional superior (+1,6% por semana)”.

E durante a segunda vaga de estados de emergência, que se iniciou em 9 de novembro, “atingiram-se dois picos no tráfego de dados fixos, coincidentes com as semanas onde foram concedidas tolerâncias de ponto e em que ocorreu um feriado, e um novo máximo
histórico (na semana de 24 de janeiro), na qual foi restabelecido o dever geral de recolhimento domiciliário”.

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