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O SNS e os privados: as relações na Saúde em tempos de Covid

“Sim” à ajuda internacional, que tem de fazer parte “do plano”; consenso na avaliação da “elasticidade” do sistema, “perto do limite”. “Não” e “talvez” quanto à requisição civil, um “último recurso”.
5 Fevereiro 2021, 10h12

Para saber como os sectores público (SNS) e privado se relacionam e colaboram entre si em tempos de pandemia, o Jornal Económico juntou dois gestores: Daniel Ferro (DF), administrador do Santa Maria, e Isabel Vaz (IV), administradora do Grupo Luz Saúde.

Deixamos propositadamente de lado a polémica sobre a tabela de preços, que o recente acordo não encerra de vez e agora vai dos 2.495 aos 8.431 euros por cada doente Covid-19, dependendo dos cuidados que necessitem. O objetivo foi perceber, numa conversa com um responsável do SNS, que tem estado no “olho do furacão”, e um outro do privado que tem sido o rosto da ‘colaboração’ (o Hospital da Luz serviu e serve de retaguarda dos problemas do Amadora-Sintra e recebeu agora o pessoal e o equipamento da ajuda alemã) como está a relação entre os dois sectores. Pode assistir a esta conversa na íntegra em www.jornaleconomico.pt.

Como tem funcionado a articulação entre os sectores público e privado na saúde nestes tempos de pandemia?
(DF): Com a necessária complementaridade e uma intensidade diferente. Nesta altura, essa articulação faz-se mais na área do internamento e dos cuidados críticos. Quer-me parecer que há níveis crescentes de colaboração do privado com o SNS. Isso não é uma questão ideológica, é ética. É o dever de protegermos a saúde em conjunto. Isso tem acontecido. Os mecanismos da requisição civil são uma coisa extrema.

(IV): Ao longo desta pandemia, tem havido diversas fases. De início o SNS precisou menos do sector privado. O governo tomou decisões muito rápidas e o SNS foi exemplar na forma como actuou. Depois, com o início da segunda vaga, o ministério da saúde rapidamente compreendeu que tínhamos de actuar como uma equipa, de forma coordenada. É um dever ético. Por exemplo, falo com o Daniel (Ferro) quase todos os dias (…) Quero relevar isto: o SNS neste último ano, em termos de cuidados intensivos, mais do que duplicou a sua capacidade. Um esforço notável de resiliência e adaptação. Os privados também fizeram o seu esforço nesse sentido. Estamos agora à espera de duas semanas muito difíceis, tremendas, até que o confinamento comece a produzir resultados e a interromper cadeias de transmissão.

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