Com seis operações de troca de dívida realizadas este ano, o IGCP – Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública já adiou o reembolso de 4.374 milhões de euros, sendo que 2.994 milhões de euros são relativos a dívida que vencia em 2021. A beneficiar da melhoria da estrutura da dívida, o Tesouro tem procurado suavizar a curva de amortizações.
“A estratégia do IGCP tem sido o de trocar dívida de curto prazo por dívida com maturidades mais longas”, refere Filipe Silva, diretor de gestão de ativos do Banco Carregosa, ao Jornal Económico. O responsável sustenta que “o custo a que estas operações têm sido realizadas são abaixo da média histórica que Portugal sempre pagou e as condições atuais de taxas de juro negativas têm sido extremamente favoráveis para o sucesso destas emissões”.
Em novembro do ano passado, a presidente do IGCP, Cristina Casalinho explicou que “2021 é ainda uma grande preocupação [em termos de amortizações]”, sustentando ser “por isso que temos sido tão vocais sobre o interesse em pagar antecipadamente os empréstimos do Fundo Monetário Internacional”.
Esta quarta-feira, Portugal regressou ao mercado para uma operação de troca de dívida para alongar os prazos. A instituição liderada por Cristina Casalinho comprou 532 milhões de euros que venciam a 2021 e, em troca, vendeu 360 milhões de euros em OT com maturidade a 17 outubro 2028 e 172 milhões de euros com maturidade a 18 abril 2034.
“A vantagem desta operação para o investidor é a de poder trocar um investimento em dívida soberana portuguesa com uma yield negativa de -0,521 por yields positivas de 0,33 para a maturidade 2028 e 0,76 para a maturidade 2034”, explica Filipe Silva.
“Também demonstra que os investidores continuam a acreditar na recuperação económica de Portugal pois estão a estender a maturidade dos seus investimentos”, acrescenta.
As operações de trocas do IGCP este ano:
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