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Netflix: como se reinventou a empresa que nasceu para combater a falida ‘Blockbuster’

Só em 2019, a Netflix lançou para o mercado 371 séries de televisão e filmes, onde se incluem documentários, filmes de animação, comédia, drama e as talks. Será a próxima década dominada pela maior plataforma de streaming do mundo?
26 Dezembro 2019, 17h37

Reed Hastings criou a Netflix para combater com a famosa loja ‘Blockbuster’, entretanto falida, mas o empresário conseguiu reinventar a empresa ao longo dos tempos, tornando-a no mais famoso serviço de streaming.

Passados 22 anos, a Netflix conta uma história de superação e reinvenção dos tempos modernos, atingindo o seu auge na década que termina este ano. A empresa norte-americana criou termos como ‘bingewatch‘ e ‘netflix and chill‘, bem como ‘streaming’. 

Foi em 2013 que a Netflix lançou a primeira série produzida por si, sendo que o negócio para a produção aconteceu em 2011. O drama político ‘House of Cards’ fez sucesso no panorama cinematográfico e chegou a receber alguns prémios, com algumas estrelas de Hollywood a ganhar salários milionários após a segunda temporada começar as gravações. Em julho de 2013, saiu a segunda série da empresa de Reed Hastings, ‘Orange is the New Black’, outra produção que viria a ter sucesso.

Só em 2019, ano em que termina a década, a Netflix lançou para o mercado 371 séries de televisão e filmes, onde se incluem documentários, filmes de animação, comédia, drama e as talks. O número de conteúdos lançados para os mercados onde a empresa atua significa um aumento de 54,6% relativamente ao ano passado, quando o serviço lançou apenas 240 séries e filmes.

Os números da Netflix

Embora não seja um acontecimento frequente, a Netflix divulgou dados relativos ao terceiro trimestre do ano. De acordo com a empresa, os filmes com mais visualizações entre outubro de 2018 e setembro de 2019 foram ‘Bird Box’ com 80 milhões de visualizaçõres, ‘Murder Mystery’ com 73 milhões de visualizações, ‘Operação Fronteira’ com 25 milhões, ‘The Perfect Date’ com 48 milhões e ‘Tall Girl’ somou 41 milhões de visualizações.

Filmes como ‘Fyre’, ‘Otherhood’, ‘Always Be My Maybe’, ‘Secret Obession’ e ‘The Highwaymen’ somaram mais de 20 milhões de visualizações. Estes números divulgados pela Netflix significam que 70% dos filmes foram vistos até quatro semanas após a sua publicação no serviço de streaming. 

No top de séries mais vistas encontra-se aquela que catapultou Millie Bobby Brown para a fama. ‘Stranger Things’ conta com 64 milhões de visualizações, ‘The Umbrella Academy’ com 45 milhões, ‘La Casa de Papel’ com 44 milhões de visualizações, ‘You’ com 40 milhões e ‘Sex Education’ com 40 milhões de visualizações.

Segundo análises realizadas às plataformas da modalidade de streaming, das 20 séries mais vistas de 2019, 19 pertenciam à Netflix, com exceção da ‘The Handmaid’s Tale’ da plataforma Hulu. Os cinco programas mais visto do último ano da década foram ‘Lucifer’, ‘Stranger Things’, ’13 Reasons Why’, ‘La Casa de Papel’ e ‘Orange is the New Black’.

Já o filme que estreou no fim de novembro, ‘The Irishman’ foi visto por mais de 26,4 milhões de espectadores em todo o mundo, nos primeiros sete dias após ter sido colocado na plataforma. As expectativas em relação a este filme, realizado por Martin Scorsese e protagonizado por Robert De Niro, Joe Pesci e Al Pacino, eram muito elevadas, não só devido aos nomes envolvidos mas também devido à pós-produção e efeitos visuais.

A vitória contra outras plataformas

A Netflix tem estado a dominar o panorama do streaming, liderando sobre as outras plataformas.

A criação da HBO, Amazon Prime, Disney +, Apple TV e Hulu serviram para fazer frente à plataforma de Reed Hastings. Ainda assim, e apesar de somarem cada vez mais utilizadores devido às produções próprias, a Netflix é de entre todos o que soma mais utilizadores nos mercados onde atua, ainda que os preços praticados sejam um pouco superiores aos outros.

A Apple Tv é uma das plataformas que está a concorrer contra a Netflix, utilizando o fator celebridade. No início do ano, Tim Cook apresentou ao mundo o novo projeto da empresa com caras bastante conhecidas do público, como é o exemplo de Jennifer Aniston, Steve Carell, Reese Witherspoon, Jason Momoa e Oprah Winfrey.

A Disney + lançou o serviço há pouco mais de um mês, mas mesmo antes de lançar a plataforma, Bob Iger mandou retirar todos os filmes e séries da Marvel (marca detida pela Disney) do serviço da Netflix. Entre os conteúdos retirados encontravam-se ‘Vingadores’, ‘Daredevil’, ‘Jessica Jones’ e ‘Luke Cage’.

Vai a Netflix continuar a dominar na próxima década?

Apesar da competição estar acesa, a empresa assume que ainda tem muito para dar no que toca a conteúdos. Em 2020 vão estrear novas plataformas como a HBO Max e a Peacock da NBC, mas a Netflix já tem planos na manga relativamente aos conteúdos que vai lançar durante o próximo ano.

A data 23 de maio de 2002 está na mente da Netflix como o dia em que a Netflix se tornou pública na Bolsa. Atualmente a ganhar 0,06% para 333,41 dólares, a empresa é uma das que consegue grandes ganhos, estando avaliada em 148 mil milhões de dólares, sendo uma das 40 empresas norte-americanas mais valiosas.

Por exemplo, se alguém tivesse comprado um milhão de dólares em ações da empresa no início de 2010, hoje teria 43 milhões de dólares. Desta forma, isto significa um retorno de 4.181% para quem comprou ações logo quando a empresa se estreou na bolsa.

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