Apesar do clima tenso entre as principais operadoras de telecomunicações e o regulador, a Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom), a quinta geração da rede móvel (5G) vai chegar a Portugal em 2020.
É isto que aponta a Anacom no sentido provável de decisão anunciado no final de outubro, indicando o modelo de licenciamento das várias bandas de frequência que deverão suportar o tão cobiçado 5G. O período de consulta pública da proposta da Anacom já terminou e o formato final do referido modelo deverá ser conhecido em janeiro.
Em abril, serão conhecidas as regras para atribuição de licenças sobre as frequências do 5G e, nesse mesmo mês, terá início o respetivo leilão que deverá terminar em junho. Desde o fim do leilão até agosto de 2020, o regulador vai concluir todos os procedimentos de atribuição das licenças de direito de utilização de frequências.
Idealmente, no verão de 2020 a rede 5G já poderá estar disponível. Contudo, há barreiras por superar. Apesar do potencial disruptivo do 5G, ainda não há aplicações comerciais que permitam explorar plenamente as vantagens da nova vaga tecnológica em Portugal. E o aumento da velocidade per si, poderá não ser argumento suficiente para uma migração massiva dos portugueses já em 2020. A rede 5G só estará ao alcance de smartphones 5G e, por enquanto, em matéria de velocidade, a tecnologia 4G suporta adequadamente os mesmo serviços.
Quanto ao clima que se vive no setor, poderá ser um sinal do mercado em não querer ficar de fora. Com a chegada de nova tecnologia nunca é fácil encontrar o equilíbrio entre inovação e estabilidade, concorrência e investimento ou encaixe financeiro imediato para o Estado e mitigação da infoexclusão rural. E deverão ser ainda refletidas questões como o aumento da poluição eletromagnética, o crescimento no consumo de energia e o impacto do 5G em matéria de privacidade e segurança.
A consolidação do 5G em Portugal levará o seu tempo, tal como aconteceu com outras tecnologias. Mas o seu uso é relevante para a transformação digital da economia nacional. Um estudo da Ericsson aponta que o 5G poderá ter um impacto de, pelo menos, 3,6 mil milhões de euros na economia portuguesa entre 2020 e 2030.
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