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Startups: as 2 tendências que não vai querer perder

Já diz a velha máxima que se Maomé não vai à montanha, vai a montanha a Maomé. A frase dita uma tendência facilmente aplicável às grandes empresas que, apesar de terem a estratégia de crescimento e de processos bem marcada, não querem parar de inovar. Só que, em vez de se lançarem em busca dos […]
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6 Novembro 2015, 13h08

Já diz a velha máxima que se Maomé não vai à montanha, vai a montanha a Maomé. A frase dita uma tendência facilmente aplicável às grandes empresas que, apesar de terem a estratégia de crescimento e de processos bem marcada, não querem parar de inovar. Só que, em vez de se lançarem em busca dos novos talentos inovadores pelo mundo, as multinacionais apostam, cada vez mais, em parcerias com entidades externas ou, muitas outras vezes, em organizarem, elas mesmas, os seus próprios concursos de ideias.

Um destes casos é o Deloitte Digital Disruptors (DDD), o primeiro acelerador vertical da Deloitte Digital Portugal focado na procura de soluções digitais que visam revolucionar a indústria dos seguros. Desenvolvido com o apoio da Beta-i, a empresa explica que o processo esteve relacionado com o fact de, para haver disrupção, ser precisa a capacidade de “sair da zona de conforto e questionar as ideias de hoje para se transformarem as mentes do amanhã”. A ideia parte da estratégia de estabelecer parcerias potenciais com startups fintech e tem como objetivo fazer com que a consultora seja capaz de tornar a cadeia de valor da industria seguradora disruptiva, “introduzindo aos clientes globais startups como um agregador de valor e veiculo para a inovação, com o potencial criativo e técnico para fazer face aos desafios tecnológicos que a indústria seguradora enfrenta nos dias de hoje, no momento em que tudo gira em torna do digital”. A primeira ediçãoo do DDD teve alcance global e contou com 140 candidaturas dos cinco continentes, maioritariamente da Europa (67) e América do Sul (63), seguidas da América do Norte (8) e Ásia (3), adiantou a empresa à Startup Mag.

“Esta iniciativa surge para estimular a integração de um ecossistema vibrante de inovação. O mote do programa diz muito do nosso propósito: a conquista do espaço, a vontade de explorar o desconhecido, a viagem que a Deloitte se propõe a fazer ao lado de empreendedores corajosos, motivados para se aventurarem na procura de soluções que respondam às necessidades mais profundas dos nossos clientes no sector segurador”, explica a empresa, em resposta às questões colocadas.

Também a Fidelidade e a Fosun anunciaram, em parceria com a Beta-i, a criação de um programa de aceleração de startups, o Protechting, de maneira a promover a cultura da inovação, criatividade e empreendedorismo em Portugal. As duas empresas juntaram-se para criar um programa de ideias de negócio nas áreas de proteção/prevenção, serviços/assistência, saúde e poupança, cujas candidaturas terminam a 15 de dezembro. Na primeira fase de seleção, 25 ideias e negócios participarão numa semana de capacitação, entre 15 e 19 de fevereiro. Dos critérios de seleção nesta primeira fase fazem parte itens como a equipa, potencial de mercado, escalabilidade e inovação no sector correspondente. No final dessa semana, das 25 serão escolhidas apenas 15, que vão integrar o programa de aceleração de dois meses (22 de fevereiro a 15 de abril), em Lisboa. No final do último dia serão anunciados os finalistas, através de uma ronda de pitch. “Acreditamos que o empreendedorismo traz um valor acrescentado para as sociedades do futuro e naturalmente que as grandes empresas terão de dinamizar este ecossistema, promovendo a criação de novas ideias e soluções“, referia Jorge Magalhães Correia, presidente da Fidelidade, no dia da apresentação do programa. Ao melhor projeto será atribuído um prémio de 10 mil euros.

 

Destino: Lisboa

E se as grandes empresas escolhem desenvolver internamente concursos de ideias para poderem tirar partido da frescura dos pequenos empreendedores, muitas vezes também as pequenas empresas procuram fora o motor de crescimento necessário para alavancarem os seus negócios. Lisboa está cada vez mais na mira de startups internacionais que escolhem a capital portuguesa para montarem escritórios e estabelecerem atividade. A GoodBarber, uma ferramenta de construção de aplicações criada em 2012 e que está no top 5 das melhores em todo o mundo, é uma delas. A escolha de Lisboa para montar um dos escritórios da empresa, complementa a manutenção da sede na Córsega e catalisa os negócios para todo o mundo. “Trabalhei com muitos portugueses na diáspora durante algum tempo e foram eles que começaram a falar-me do fantástico ecossistema que estava a surgir em Lisboa”, conta Sébastien Simoni, CEO da empresa, em entrevista à Startup Mag. A cidade conquistou de tal maneira o francês que Simoni prepara-se para, com Bruno Luís e Gaspard Macelin, dois dos vencedores do Lisbon Challenge, abrir novo negócio na capital portuguesa. “Temos também em mente o desenvolvimento de novos produtos, de A a Z, a partir de Lisboa. Temos grandes esperanças de criar uma relação entre os nossos respetivos ecossistemas produtiva e a longo prazo”, adianta o CEO. Mas não é o único. Mathias Brenner, COO da Sherpany, é outro apaixonado pelo ambiente que se vive em Lisboa atualmente, em matéria de empreendedorismo e inovação. A empresa está há dois anos na capital portuguesa e não é só por causa do sol. “Estamos convencidos de que todos os portugueses merecem que o melhor empregador do mundo esteja em Portugal”, brinca. O suíço diz que vê em Lisboa um dos hubs mais criativos a nível europeu e que a empresa quis aproveitar esse talento para crescer. “A crise financeira em Portugal também tem, sinceramente, algumas vantagens para nós. Ao mesmo tempo que há talento a sair das universidades técnicas à procura de trabalho, nós temos oferta. De uma perspetiva estratégica é muito importante para nós, uma vez que metade dos nossos empregados [40, no total] está em Lisboa.”

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