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Bares estão a cumprir novos horários mas moradores mantêm queixas

Três meses após a entrada em vigor da redução de horários nos bares do Cais do Sodré, Santos e Bica, em Lisboa, a Câmara Municipal destaca o cumprimento das horas de encerramento, mas moradores continuam a queixar-se do ruído. “Há um cumprimento dos horários de encerramento”, por parte dos proprietários, bem como uma “menor produção […]
23 Abril 2015, 12h30

Três meses após a entrada em vigor da redução de horários nos bares do Cais do Sodré, Santos e Bica, em Lisboa, a Câmara Municipal destaca o cumprimento das horas de encerramento, mas moradores continuam a queixar-se do ruído.

“Há um cumprimento dos horários de encerramento”, por parte dos proprietários, bem como uma “menor produção de lixo [essencialmente copos]”, o que reflete “uma maior preocupação de consumir dentro dos estabelecimentos”, disse o vereador das Estruturas de Proximidade, Duarte Cordeiro.

Assinalam-se hoje os três meses da entrada em vigor de um despacho da Câmara de Lisboa que estabelece que os bares do Cais do Sodré, de Santos e da Bica tenham de fechar às 02:00 nos dias úteis e às 03:00 ao fim de semana, enquanto antes podiam funcionar até às 04:00. O despacho prevê, também, que os bares não vendam bebidas para fora a partir da 01:00.

De acordo com Duarte Cordeiro, foram feitas, até ao momento, perto de 800 ações de fiscalização por parte da Polícia Municipal.

Escusando-se a apontar quantos autos de notícia foram levantados, por alguns processos ainda estarem a decorrer, o autarca referiu que, até agora, só um estabelecimento foi penalizado com a redução temporária do horário de funcionamento, tendo de fechar às 23:00, por não respeitar a hora de encerramento.

Além disso, já entraram na Câmara cerca de dez pedidos para licenciar alterações nos espaços, ao nível da insonorização e da colocação de sistemas de vigilância, para que estes possam estar abertos até às 04:00, adiantou Duarte Cordeiro.

Os moradores daquelas zonas continuam, no entanto, descontentes. “A situação não mudou assim tanto. Continua a haver uma grande confusão, grandes aglomerações e grande barulho” assim como “rios de lixo nas ruas”, sintetizou Isabel Sá da Bandeira, da associação Aqui Mora Gente, que junta residentes no Cais do Sodré e em Santos.

Segundo a representante, “há coisas [bares] a fechar mais cedo, mas continua a ficar gente na rua” e alguns residentes estão “desesperados” por não conseguirem dormir.

“Não estou a dizer que o despacho não é importante, é um princípio, mas não chega”, salientou Isabel Sá de Bandeira, aludindo à alteração da idade mínima para beber álcool e à proibição do consumo nas ruas – medidas em estudo pelo Governo.

No caso dos bares de menor dimensão, cujos clientes costumam consumir na rua, “a faturação decresceu entre os 40% e os 60%”, existindo perdas de “milhares de euros por mês”, disse, por seu vez, Cristóvão Caxaria, do movimento Lisboa Com Vida – que agrega cerca de dez espaços do Cais –, temendo que a situação piore no verão.

OJE/Lusa

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