No próximo dia 24 os espanhóis explicam, através do voto, porque as sondagens mostram uma fulgurante progressão dos partidos Ciudadanos e Podemos.
À medida que o dia se aproxima as campanhas vão subindo de tom, e com o peso das sondagens a revelar-se cada vez maior, os principais partidos espanhóis – PP, PSOE, Podemos e Ciudadanos – vêem-se obrigados a ajustar as estratégicas para conseguir o voto daqueles que se agigantam na sua importância para as contagens finais: os indecisos.
Segundo o mapa eleitoral elaborado a partir das recentes sondagens da Metroscopia e do Centro de Investigações Sociológicas (CIS) para o “El Mundo”, o Partido Popular (PP) será o grande derrotado este domingo, apesar de uma expectável vitória em quase todas as regiões espanholas.
Contra a maioria absoluta que os conservadores firmaram na maioria das comunidade autónomas espanholas em 2011, desta vez Castela e Leão poderá ser a única onde conseguirão manter essa maioria.
Ainda de acordo com este mesmo mapa, em todas as outras comunidades, a entrada em cena do Podemos e do centrista próximo da direita Ciudadanos teve um impacto capaz de roubar votos e até mesmo de impedir a tão desejada maioria absoluta do PP, que, a confirmarem-se números mais recentes, será destronado pelo PSOE na Extremadura e nas Astúrias. Um cenário que empurra os conservadores para a formação de coligações em, pelo menos, sete comunidades, entre elas Madrid, Valência e Castela-La Mancha, para firmarem governos regionais, à semelhança do esforço que lhes será exigido para manterem o poder nas cidades mais “queridas” ao Executivo de Rajoy: Madrid, Valência e Sevilha.
Faltavam ainda cinco dias para a ida às urnas, e o jornal El País já sublinhava que os resultados das eleições estavam “mais incertos do que nunca” dado o surgimento de novos partidos e movimentos, com o Podemos e o Ciudadanos. À data, os indecisos oscilavam entre os 30% e os 45%. De entre os vários cenários trazidos pelas sondagens da Metroscopia para o El País há um que se destaca “fortemente” e a dúvida está instalada: quem vai ganhar Madrid?. Aqui, o PP de Mariano Rajoy tem o primeiro lugar garantido mas a sua candidata Esperanza Aguirre é seguida de perto por Manuela Carmena, líder da coligação Ahora Madrid. Uma coligação constituída pelo Podemos, o Equo e dissidentes da Esquerda Unida (IU). E os números indicam que 29,7% dos votos são para o PP e 27,8% são para o Ahora Madrid. Assim, os conservadores perdem a maioria absoluta que detêm há 24 anos e terão de econtrar um par para uma futura coligação. E para este “tango”, tudo aponta que o escolhido seja o Ciudadanos, a prevista terceira força política na cidade. Um acordo que para já não parece fazer parte dos planos da candidata centrista, Begoña Villacís, que num fórum do El País frisou que não governará com Esperanza Aguirre.
Também o jornal El Mundo avança este cenário de um PP sem maioria em Madrid. Ao nível regional, cerca de 34% dos madrilenos ponderam votar no PP, contra 20% que optam pelo PSOE, 19% pelo Podemos e 17% pelo Ciudadanos.
NOTA: Devido às eleições regionais antecipadas na Catalunha em 2012, a região não vai agora a votos, mas sim a 27 de setembro, data aprovada pelo parlamento regional, visando relançar a causa independentista.
Sónia Bexiga
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