Tivemos recentemente a oportunidade rara de espreitar por uma fresta para dentro da Comissão Europeia. Foi-nos dado um vislumbre do que se passa nas reuniões dos Comissários e com isso proporcionou-se a chance de conhecermos, por observação direta e por intuição de senso-comum, o feeling que perpassa nessas reuniões relativamente a Portugal. A história é deliciosa: Günther Oettinger, Comissário europeu responsável pelas pastas da Economia e Sociedade Digitais disse, no Parlamento Português e perante os nossos representantes eleitos, que existe a possibilidade de Portugal vir a precisar de um segundo resgate (creio que as suas palavras foram: “não sei qual é a probabilidade, mas é maior do que 0%”). Julgaria, ao que parece ingenuamente(?), estar nesse momento em ‘off’, mas a verdade é que o disse. Depois, oficialmente e assumidamente em ‘on’, veio retratar-se, mas o que foi dito não pode ser apagado do mundo e deve, portanto, merecer interpretação.
A minha é simples: este Comissário proferiu tais afirmações porque acredita nelas, ainda que não as pudesse veicular publicamente nem com elas vincular a comissão a que pertence. E, se acredita nelas, parece-me lícito supor que não estará isolado nesse mesmo colégio e que, assim sendo, existirão, com uma probabilidade superior a 0, circunstâncias em que uma tal convicção possa assentar. Talvez a queda do nosso país nos rankings internacionais de competitividade? Ou porventura a ausência confrangedora de investimento neste mesmo país? Tratar-se-á do crescimento anémico do Produto? Ou poderá estar em causa a coleção de medidas antieconomia e antiempresas que este Governo vem patrocinando? Será que se cura da situação eternamente periclitante da banca portuguesa? Ou estará em questão a endémica imprevisibilidade fiscal com que já nos habituámos a viver e que o imposto Mortágua veio agravar ainda mais? Não sabemos. Seja como for – e é preocupante, para ser comedido nas palavras –, o resgate em questão (e a sua mera equação teórica) é mau para o País e por isso não me alongarei sobre este tema.
Há todavia um outro resgate, um resgate virtuoso e patriótico, que importa reclamar e pelo qual todos os cidadãos deveriam ansiar. É um resgate em nome do Estado de Direito e contra a ditadura, que deve libertar a democracia do cativeiro em que a lançaram as forças políticas marxistas-leninistas e trotskistas, que aqui encontraram, por fim, um laboratório, uma cobaia e uma tábua de náufrago.
Refiro-me ao resgate do PS, para que fique livre das grilhetas que lhe impõem o Bloco e o PCP – se se libertar dessas, talvez o país se livre do outro.
É urgente o fim da prisão preventiva do PS!
É urgente a revogação da medida de coação de termo de identidade (bloquista) e residência (na Soeiro Pereira Gomes)!
É urgente cortar a pulseira eletrónica de António Costa e Mário Centeno!
Liberdade para o PS já!