[weglot_switcher]

BdP pressiona compradores a reverem propostas pelo Novo Banco

Banco de Portugal não quis deixar fugir oferta firme da Lone Star e ganhou tempo para prosseguir as negociações com todos os candidatos.
Cristina Bernardo
6 Janeiro 2017, 09h00

O Banco de Portugal quer que os candidatos à compra do Novo Banco apresentem propostas melhoradas, que passam não só pelo revisão do preço como também de algumas condições.

Com o anúncio do final da noite de quarta-feira, o Banco de Portugal conseguiu ganhar tempo para manter em aberto as negociações com os candidatos – China Minsheng, Lone Star e consórcio Apollo/Centerbridge –, à compra do Novo Banco, sem deixar cair a oferta firme apresentada pelo Lone Star. A proposta deste fundo norte-americano era válida até 4 de janeiro o que colocava alguma pressão na decisão, havendo o receio de que qualquer prolongamento resultasse na retirada da oferta.

Depois do China Minsheng ter sido apontado como o favorito, a dificuldade em apresentar garantias bancárias atirou os chineses para segundo plano, possibilitando aos norte-americanos doa Lone Star de ficarem na ‘pole position’ da corrida ao Novo Banco. Além do preço, o facto da proposta da Lone Star incluir uma garantia para a desvalorização do ‘side-bank’ – que teria impacto nas contas públicas – (ler texto da página 28) não convence o Banco de Portugal nem o Governo, que será quem terá uma última palavra a dizer sobre a escolha do comprador.

O próprio Ministério das Finanças deixou ontem tudo em aberto. “Não obstante estar a analisar em detalhe a informação recebida, o Governo destaca desde já o facto de, segundo o Banco de Portugal, existirem neste momento várias propostas para a aquisição do Novo Banco”, adiantou o ministério em comunicado.

Na mesma nota, o Ministério das Finanças acrescentou: “o Governo toma também boa nota de que o Banco de Portugal considera que as propostas envolvem algumas condicionantes, mas que os potenciais investidores manifestaram desde já disponibilidade para aprofundar as negociações no sentido dessas condicionantes serem ultrapassadas”.

As negociações com todos os candidatos prosseguem e no mercado há quem aguarde pela cartada da Apollo e Centerbridge que ao acenarem com a possibilidade do grupo português Violas se poder juntar ao consórcio. O Jornal Económico sabe que esse avanço só irá acontecer caso sejam iniciadas negociações mais exclusivas com a Apollo/Centerbridge, até porque nesta fase apenas podem fazer ofertas os candidatos que foram elegíveis num primeiro momento.

Só se falhar a venda a privados é que se deverá avançar para um cenário de nacionalização ou, em última instância, liquidação. Seja qual for o novo dono, o banco necessita de capital. E tendo por base os valores que se conhecem das propostas as necessidades de capital do banco liderado por António Ramalho deverão rondar os 750 milhões de euros.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.