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EDP vai ao aumento de capital do BCP

A empresa liderada por Mexia quer manter a posição de 2,56% no BCP. A Fosun já tem 20%. É a maior acionista seguida da Sonangol com 17,84%.
27 Janeiro 2017, 07h31

A EDP vai acompanhar o aumento de capital do Millennium bcp de 1,332 mil milhões de euros, mantendo-se como acionista qualificado, com 2,56%, soube o Jornal Económico junto de fonte conhecedora da operação.

A empresa liderada por António Mexia investe 31,824 milhões de euros ao acompanhar o aumento de capital do BCP para manter a posição relativa de 2,56%. Isto porque compra ações do BCP a 9,4 cêntimos no aumento de capital.

A EDP não é a única acionista a acompanhar o reforço de capital do maior banco privado português.

A Sonangol, segundo dados recentes, já tem 17,84% do BCP, pelo que terá de investir cerca de 238 milhões de euros para manter a participação; a InterOceânico, que tinha 1,7% do capital do banco liderada por Nuno Amado, já tem 2,05% e acompanha o aumento de capital.

A Fosun subscreve a totalidade do aumento de capital a que tem direito. Para os 16,7% iniciais, tinha de investir 222,4 milhões de euros, mas como já tem 20%, segundo dados obtidos pelo Jornal Económico, tem de investir 266, 5 milhões. A Chiado, da Fosun, terá comprado direitos, porque tem intenção de reforçar para 30%. Aliás, apresentou uma ordem de subscrição irrevogável antecipada de um montante de ações que, se satisfeita integralmente, aumentará a sua participação no BCP para 30%. Segundo o Jornal Económico soube, a Fosun não conseguiu até agora os direitos suficientes para chegar a esta posição.
Há novos acionistas qualificados no BCP: o fundo soberano norueguês Norges Bank tem 3,88%; a Caisse de Depot et Placement tem 3,33%; a Vanguard Group tem 1,51%; o Dimensional Fund tem 1,17% do BCP; o Rothschild tem 0,96%; o fundo de pensões do Estado japonês (Government Pension Investment Fund) tem 0,60% do BCP; o BNP Paribas tem 0,59%; o Banco Santander 0,47%; o BloackRock tem 0,42%. Estes são dados da Bloomberg.

O período de subscrição/venda de direitos acaba no dia 30, segunda-feira.
Cada ação dá direito a subscrever 15 novas acções. Esse direito tem estado no mercado e, segundo João Queiroz, gestor do Banco Carregosa, desde o dia 19 de janeiro já foram transacionados 193 milhões de direitos, correspondente a quase 3 mil milhões de novas acções, que a 9,4 cêntimos cada, equivale a um montante 272,5 milhões de euros, ou 20,4% das novas ações.
O facto de as ações continuarem a cotar a 14,69 cêntimos, é um sinal de que há interesse dos acionistas em irem ao aumento de capital.

Com os direitos a 67,5 cêntimos, o preço implícito das ações (15×9,4 cêntimos) é de 13,9 cêntimos, pelo que o preço em bolsa está acima desse valor, segundo dados do fecho de ontem. Isto significa que quem vender ações e comprar direitos ganha 5%, segundo um analista.

Núcleo nacional?
Amorim não avança
A administração do BCP visitou os potenciais investidores institucionais em Londres, mas terá também contactado alguns potenciais empresários portugueses. Entre eles Américo Amorim, segundo noticiou o Público. A ideia terá sido a de juntar um núcleo de pequenos acionistas portugueses para marcar presença numa estrutura dominada por chineses e angolanos, com uma posição a rondar o 1%.

O grupo de Américo Amorim, liderado por Paula Amorim, não irá investir no banco do qual foi fundador, soube o Jornal Económico, ao contrário do que foi avançado pelo Público.

Do total de capital do BCP 64.3% é capital disperso pelo retalho, que só nos últimos dias transacionou direitos.
Nuno Amado comprou 12.271 de direitos no passado dia 25, ao preço unitário de 78,5 cêntimos. Depois desta transação, passou a deter 63.267 direitos de subscrição do BCP.

O aumento de capital consiste numa oferta aos titulares existentes de acções do BCP nos termos dos respectivos direitos de preferência, bem como aos investidores que adquirem direitos de subscrição para subscrever 14,17 mil milhões de novas acções. Neste contexto, e assumindo a conclusão com êxito da oferta, o número resultante de acções BCP será 15,1 mil milhões.

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