A explosão na central nuclear de Flamanville, no noroeste da França, que fez na manhã desta quinta-feira vários feridos, pode vir a auxiliar o nosso país no diferendo com Espanha a propósito do novo armazém de resíduos na central de Almaraz.
De acordo com o “Diário de Notícias” desta sexta-feira, o acidente de ontem, sobre o qual as autoridades francesas indicaram não haver “riscos nucleares”, será provavelmente um dos fundamentos que o país vai apresentar a Espanha e às instâncias europeias para impedir que se avance com a construção na central de Almaraz.
O Governo português ainda não se pronunciou mas os ambientalistas portugueses e espanhóis do Movimento Ibérico Anti-nuclear contactados pelo DN acreditam que isso aconteça. Também Carlos Zorrinho, que tem questionado a Comissão Europeia sobre as condições de segurança em Almaraz, exprimiu a sua opinião: “A Europa tem um monstro nuclear com duas dimensões, a da segurança e a financeira, e não podemos continuar a viver com 66 ‘Fukushimas’ sobre as nossas cabeças, e Portugal com uma Fukushima sobre a cabeça, que é Almaraz”.
O eurodeputado considera que a central “é uma das 66 identificadas numa comunicação da própria Comissão, em abril do ano passado, como estando fora do seu período normal de vida e que têm de ser tendencialmente fechadas”.
A explosão na central francesa ocorreu por volta das 10h00 (9h00 em Lisboa) desta quinta-feira. Os bombeiros foram chamados ao local depois de ter sido reportada uma explosão numa sala de máquinas, no reator 1 da central nuclear de Flamanville — considerada uma “zona não nuclear”, segundo os meios de comunicação locais. O primeiro balanço dava conta de que havia pelo menos cinco feridos ligeiros, que foram assistidos pelos bombeiros depois de terem ficado ligeiramente intoxicados pelo fumo.
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