A Indústria 4.0 é um mosaico tecnológico de: Big Data e Advanced Data Analytics; Robotização; Nanotecnologias e Fotónica; Simulação 3D de produtos, materiais ou processos ao longo da cadeia de produção; Sistemas digitais de integração horizontal (entre empresas) e vertical (interempresa); Internet das coisas (IOT, na sigla inglesa); Cibersegurança; Cloud; Manufatura Aditiva e Impressoras 3D; Sistemas ciberfísicos (Cyber-physical systems – CPS); Inteligência Artificial e Máquinas Cognitivas; Interfaces inteligentes com os utilizadores através da Psicométrica.
A manufatura aditiva está a ser combinada hoje em dia com métodos de produção tradicional, os quais, por sua vez, são melhorados através das tecnologias digitais. As impressoras 3D estão a ter mais aplicação porque os “tinteiros” estão também a aperfeiçoar-se graças aos avanços nas ciências dos materiais. A impressão 3D cria disrupção nas cadeias de valor globais. A manufatura do futuro poderá consistir numa rede global de impressoras 3D junto aos clientes. Nesse contexto, a logística entregará ficheiros com desenhos digitais e não partes ou componentes para serem assemblados!
A estratégia chave da Indústria 4.0 é a inovação nos “smart systems”, em que se incluem os produtos, os sistemas logísticos e as redes, tudo baseado na integração através da internet (internet das coisas) com software de controlo para assegurar a sustentabilidade física e ambiental. A Indústria 4.0 levará a uma integração crescente de dados ao longo do ciclo de vida do produto, do planeamento do produto e engenharia de desenvolvimento até à manufatura e às vendas.
Desde há anos que as empresas mais avançadas estão a tentar usar sistemas de gestão do ciclo de vida dos produtos (PLM – product life cycle management), ou seja um conjunto de soluções que permitem o uso consistente dos dados de definição do produto desde a sua conceção até ao seu uso final.
Os setores da indústria chamados tradicionais são tão passíveis de modernização tecnológica como os outros, considerados mais avançados. Os setores do têxtil e confeção, calçado, cerâmica, vidro, mobiliário, metalomecânica são bons exemplos. Como ministro da Indústria e Energia (1987-95), eu defendia que não havia setores obsoletos. Há em todos os setores empresas que se modernizam e outras que não o fazem e desaparecem. Setor tradicional significa apenas que faz parte da nossa tradição industrial, o que é comprovado pelo sucesso de empresas portuguesas desses setores no mercado externo.