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União Europeia e EUA pressionam Brasil sobre escândalo da carne

O embaixador da União Europeia no Brasil, João Cravinho, informou que foi enviada uma carta de Bruxelas para Brasília para saber pormenores sobre o escândalo da Operação Carne Fraca e se poderá ameaçar a saúde pública na UE.
19 Março 2017, 12h26

O escândalo no Brasil surgiu na sexta-feira e foi designado Operação Carne Fraca, horas depois da Polícia Federal brasileira revelar um esquema de fraudes e venda de carnes adulteradas, de dimensões ainda não detalhadas, envolvendo as principais marcas do país. Segundo o El País, o secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Eumar Novacki, minimizou os riscos e afirmou que “a população brasileira pode estar absolutamente tranquila” para consumir carne.

O Brasil é o maior exportador de carne do mundo, tendo o escândalo surgido depois dos delegados da Operação Carne Fraca, que investiga o tema, terem denunciado os fiscais, revelando que recebiam subornos para fazer ‘vista grossa’ a diversas irregularidades cometidas por empresas ligadas a grandes grupos do setor, por vezes com produtos injetados para ocultar o estado de putrefação.

Segundo o El País, Cravinho foi convidado a se reunir com o presidente Temer hoje num encontro de emergência para discutir o tema, do qual devem participar ainda o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, e representantes do setor. “Temos um comércio intenso, que funciona 24 horas, e precisamos ter todas as garantias de que os consumidores europeus não correm risco”, revelou Cravinho ao El País.

Foram 29 as companhias do setor investigadas pela Polícia Federal, onde se incluem as duas gigantes JBS, das marcas Friboi, Seara e Big Frango, e a BRF, dona da Sadia e Perdigão. De acordo com os investigadores, um lote de carne da BRF, com origem no frigorífico de Mineiros, em Goiás, agora interditado, foi proibido na Itália por suspeita de contaminação por salmonela. Cravinho classificou a informação de “profundamente perturbadora”. “Estamos a investigar este caso. Nós temos um mecanismo de alerta sobre salmonela e outras ameaças à saúde na União Europeia”, refere o embaixador.

Também os Estados Unidos da América informaram que estão a seguir atentamente a situação e pedem informações ao Ministério da Agricultura brasileiro, sobre esta operação. De acordo com o El País, a agência responsável norte-americana tentou tranquilizar os consumidores afirmando que tudo o que é importado para os EUA passa por uma reinspeção.

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