No mundo de hoje, as forças interligadas da tecnologia, demografia e globalização estão a causar a disrupção de organizações de todos os tipos em todas as Indústrias. O sector imobiliário e o sector da hotelaria não são exceção. O que é importante termos em mente é que enquanto a disrupção ameaça os modelos de negócio tradicionais e cadeias de valor, existem oportunidades significativas nas mudanças em curso.

A tecnologia continua a ter um impacto tremendo na hotelaria e no sector imobiliário em sentido amplo. O comércio eletrónico desacelerou as vendas tradicionais em loja, resultando no encerramento de espaços comerciais. Ao mesmo tempo, novas tecnologias como a realidade virtual estão a transformar as lojas físicas em showrooms de experimentação, reforçando a necessidade de espaços comerciais. A economia de partilha potenciada pelo digital é outro exemplo de disrupção no sector. A empresa digital Airbnb entrou na indústria hoteleira sem possuir nenhum hotel, tornando-se um novo competidor e forçando as empresas tradicionais de hotelaria a revisitarem os seus modelos de negócio e presença física. O valor das empresas do sector hoteleiro reside cada vez mais na inovação digital.

As mudanças demográficas e de preferências, associadas a avanços tecnológicos, também afetarão o sector de hotelaria e o sector imobiliário. Muitas sociedades no Ocidente, mas também no Japão e na China, enfrentam o rápido envelhecimento populacional. À medida que as pessoas envelhecem, as preferências imobiliárias e as necessidades mudam. Por exemplo, os padrões do investimento imobiliário estão a mudar à medida que fundos de pensões e outros veículos de investimento procuram classes de ativos com rendimento de longo prazo para financiar pensões.

Com a globalização, o investimento no sector imobiliário fez o seu caminho além-fronteiras. Este fenómeno mudou a paisagem da hotelaria, com investidores internacionais, operadores e marcas a diversificar as suas carteiras de hotéis no exterior. Um dos efeitos a mais longo prazo da globalização tem sido a rápida urbanização. A expectativa de que o crescimento populacional de novas pessoas urbanas no planeta entre 2015 e 2050 será essencialmente na Ásia e em África, sugere a necessidade de construção nestes locais nas próximas décadas.

Todas as indústrias enfrentam forças disruptivas. A dinâmica única do sector imobiliário tornam o desafio da disrupção particularmente difícil. O planeamento, entrega e gestão de imóveis requer uma visão de longo prazo, que é difícil estabelecer num mundo em constante mudança. No sector da hotelaria, as empresas devem tentar antecipar o futuro e adotar novas ideias, modelando e gerindo a procura futura. Como o mundo continua a evoluir – impulsionado pelas forças da tecnologia, demografia e globalização – continuar o negócio de forma tradicional não é uma opção.