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Ministro do Ambiente defende vantagens da economia circular

Matos Fernandes sublinhou que as estimativas europeias apontam para a existência em Portugal de 57 mil postos de trabalho relacionados com a economia circular e para a criação de mais 36 mil empregos até 2030.
6 Maio 2017, 12h24

O ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, defendeu esta sexta-feira à noite as vantagens da economia circular e da reutilização dos recursos. Numa palestra ocorrida sob a égide do International Club of Portugal, em Lisboa, Matos Fernandes explicou que “10 mil toneladas de resíduos indiferenciados significam, hoje, um posto de trabalho se o destino for a incineração”.

Mas, “se o destino for um aterro de resíduos, são necessários seis postos de trabalho; se o destino destes resíduos for a reciclagem, são necessários 36 postos de trabalho; mas, se for promovida a reutilização, serão necessários 296 postos de trabalho”, alertou o ministro do Ambiente.

Matos Fernandes sublinhou: “vemos, assim, que a relação entre a incineração, um instrumento típico do modelo linear da economia, e a reutilização, típico do modelo circular, é de um para 300 em termos de postos de trabalho”.

Em 2016, a Comissão Europeia calculou que a adoção das propostas legislativas contidas no pacote de economia circular criaria mais de 170 mil empregos diretos até 2035 e que o aumento da produtividade dos recursos em 30% pode conduzir à criação entre um e três milhões de postos de trabalho adicionais na UE até 2030, relembrou ontem este governante.

“No meu país (…), as estimativas europeias apontam para que existam 57 mil postos de trabalho relacionados com atividades inseridas na economia circular e, até 2030, prevê-se que possam ser criados mais 36 mil postos de trabalho diretos se acelerarmos esta transição”, defendeu Matos Fernandes.

O ministro do Ambiente é partidário da reutilização ds recursos e apresentou diversos exemplos paradigmáticos.

“Sabem quanto tempo é usado, em média, um berbequim ao longo da sua vida útil? Apenas 15 minutos! Pergunto-me, as pessoas querem ter um berbequim em casa ou fazer um furo na parede quando precisam?”, interrogou-se Matos Fernandes.

Este responsável apresentou ainda um outro exemplo em prol da reutilização dos recursos e dos materiais: “Sabem quanto tempo está um carro parado, em média, ao longo da sua vida útil? Noventa e dois por cento do tempo. Pergunto, de novo: as pessoas precisam de um carro na garagem ou de um serviço de mobilidade, público ou privado, que lhes permita realizar as deslocações necessárias?”.

Matos Fernandes recordou que, em Portugal, um estudo elaborado pelo Instituto Superior Técnico sobre o uso eficiente dos recursos estimava que a adoção de medidas de aumento de eficiência, até 2030, se pudesse traduzir numa redução de cerca de 30% na extração e nas importações de materiais em relação a 2013.

“Segundo o mesmo estudo, uma tal transição implicaria um aumento do valor acrescentado bruto em cerca de 3,3 mil milhões de euros”, sublinhou o ministro do Ambiente.

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