A Chanel saiu da caixa e estreou-se noutro tipo de “peça” que já está a ser um sucesso (para alguns).
Não são umas calças, nem um vestido, mas sim um boomerang, que, como todos os artigos da marca, tem um preço algo proibitivo. São 1800 euros de “madeira e resina”, como escreve a Chanel na página oficial.
No entanto, o objeto que pertence à categoria “acessórios” da coleção primavera-verão, tem provocado indignação, e não apenas por causa do preço astronómico. Os australianos criticaram severamente o boomerang de luxo por se “apropriar da cultura aborígene australiana.”
O boomerang é conhecido por ser uma arma utilizada por indígenas australianos para caçar, sendo um símbolo da Austrália.
Embora a marca de luxo esteja a vender o artigo há meses, a polémica explodiu quando Jeffree Star, um famoso maquilhador norte-americano, publicou uma fotografia no Instagram, que chamou a atenção dos quase cinco milhões de seguidores.
Having so much fun with my new #Chanel boomerang 🖤
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“Divertindo-me muito com o meu novo boomerang da Chanel”, escreve. A falta de hashtags sobre algum tipo de patrocínio, como é exigido pela Comissão de Comércio Federal nos EUA, indica que Jeffree pagou pelo objeto, segundo noticia o Guardian.
A fotografia já foi comentada por centenas de milhares de pessoas.
“Este boomerang humilha toda uma cultura”, “Sou da Austrália e estou ofendida por uma empresa fazer uma piada com algo que foi usado como uma arma de sobrevivência”, são alguns dos comentários dos críticos.
Em comunicado, a Chanel disse ao Guardian que está “extremamente empenhada em respeitar todas as culturas, e lamenta que algumas pessoas se tenham sentido ofendidas.”
Nayuka Gorrie, uma escritor e ativista disse que se sente desrespeitada, uma vez que os indígenas australianos são das pessoas mais desfavorecidas na Austrália e têm de lutar para preservar as suas culturas.
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