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Bruxelas admite resgate ao Banco Popular se não aparecer comprador

A notícia está a ser avançada pela Reuters e pelo El Economista. Se o Popular ficar sem opções e for resolvido será o primeiro caso na Europa em que as novas regras se aplicariam, com imposição de perdas aos obrigacionistas.
31 Maio 2017, 18h02

Chegou a vez de Espanha ver os seus bancos à mercê das medidas de Resolução que já  foram aplicadas ao BES e ao Banif.

Segundo o El Economista, que cita a Reuters, a responsável pelo mecanismo único de resolução bancária (MUR), emitiu recentemente um “alerta” de que está a preparar uma intervenção no Banco Popular se não aparecer comprador.

O prazo de entrega de propostas de compra, de momento, foi estendido até ao fim de junho. No entanto, se a fusão falhar, uma resolução poderá avançar, avança a Reuters. Elke Koenig, que dirige o mecanismo encarregue de lidar com bancos em dificuldades (MUR), disse que está a acompanhar a operação (Banco Popular) com muito cuidado e com vista a uma possível intervenção”, disseram fontes à Reuters, que acrescentaram que a tentativa de fusão “poderá ser infrutífera” e que por isso já há alternativas em preparação.

Há uma crescente preocupação com o sexto maior banco da Espanha, mas tal não significa que a liquidação da Popular seja inevitável, diz a notícia.

O Popular, que não tem sido capaz de se livrar de 37.000 milhões de euros de ativos tóxicos imobiliários, está à procura de um comprador uma vez que Luis de Guindos, ministro da Economia, descartou um resgate público com dinheiro dos contribuintes espanhóis.

Recorde-se que pela nova legislação qualquer medida de resolução implica um bail-in, isto é, que os credores (obrigacionistas e depósitos acima de 100 mil euros) e acionistas recapitalizem o banco.

Se o Popular ficar sem opções e tiver que ser  liquidado seria o primeiro caso na Europa em que as novas regras de Resolução se aplicariam, com imposição de perdas aos obrigacionistas. Isto poderia encarecer o financiamento dos outros bancos espanhóis no mercado. O Popular disse à Reuters que estão a trabalhar em vários planos, incluindo uma fusão, um aumento de capital e venda de ativos.

 

O problema é que o supervisor europeu está preocupado com a dificuldade de implementação dessas opções, ao passo que o BCE, que supervisiona diretamente a instituição e que é responsável por ativar o mecanismo de resolução, também está a monitorizar de perto a situação, de acordo com outras fontes citadas pelo El Economista.

Koenig pode forçar à liquidação do banco, diz o site espanhol, mas nesse caso iria enfrentar a oposição do Governo de Espanha tal como aconteceu com a Itália, que teve de lidar com problemas semelhantes e tem resistido ao encerramento do seu grande banco Monte dei Peschi.

As acções do Popular fecharam a cair 6,31% para 0,61 euros.

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