[weglot_switcher]

Prio Gás entra no Porto e Algarve para servir 90% dos consumidores

A empresa criada há quatro anos ainda é um pequeno ‘player’ no setor, mas tem crescido de forma contínua. No gás, espera chegar ao final deste ano com uma quota de mercado de cerca de 2%.
9 Junho 2017, 13h50

A divisão de gás da Prio, a Prio Gás, vai passar a operar nas regiões da área metropolitana do Porto e no Algarve, que ainda não estavam cobertas pela empresa criada há cerca de quatro anos. Em declarações exclusivas ao Jornal Económico, Emanuel Proença, administrador da Prio Energy, com o pelouro do gás, revela que as duas operações vão arrancar no terreno nos próximos meses com associações a distribuidores locais e regionais, num investimento orçado em cerca de três milhões de euros.

“Em termos de cobertura geográfica do Continente, no segmento do gás de cidade, faltava-nos a região metropolitana do Porto e o Algarve. É nestas duas regiões que a Prio vai entrar nos próximos tempos. Temos estado a desenvolver muito trabalho no terreno, com o objectivo de cobrirmos o País todo”, promete Emanuel Proença.

O administrador da Prio Energy garante que, “a partir de Setembro, vamos entrar em força na área metropolitana do Porto; aliámo-nos a um parceiro com muita experiência na região na distribuição de gás por outras marcas”.

“Pretendemos servir a área metropolitana do Porto como um todo. Estamos neste momento a comprar carrinhas de distribuição, a preparar a abertura de escritórios e os pontos de venda, incluindo mercearias, supermercados, lojas de bairro. Temos uma sociedade de que somos accionistas, com uma posição minoritária. No Porto, o objectivo é, em dois, três anos, chegar a mil toneladas de gás em vendas, o que corresponde a cerca de 70 mil garrafas”, anunciou o responsável da Prio Energy.

Em relação ao Algarve, Emanuel Proença avança que a Prio tem acordos com três distribuidores para iniciar a operação. Num caso, já começou, noutro vai começar dentro de semanas e no terceiro vai iniciar a operação dentro de meses. Um distribuidor irá trabalhar a região entre Sagres e Lagos, o segundo entre Lagos e Tavira e o último entre Loulé e Vila Real de Santo António.

“O Algarve é uma região complexa, com realidades diferentes. Vamos avançar de forma faseada. Mas é uma região de grande consumo. Tem uma sazonalidade muito grande devido ao turismo, mas queremos trabalhar o consumo da própria região, que é muito grande. Claro que também queremos aproveitar o volume acrescido de consumo de gás no verão”, afiança o administrador da Prio Energy. Nesta região, a meta é atingir vendas de cerca de 800 toneladas de gás por ano no espaço de dois anos.

A Prio Gás começou a trabalhar em força na região Centro, uma vez que distribui o gás a partir do porto de Aveiro. “Depois, começámos a servir razoavelmente a região metropolitana de Lisboa. Nesta região, vamos começar a trabalhar com mais força nas próximas semanas. Neste caso, temos uma distribuidora de que somos accionistas, a Prio Gás de Lisboa, em que aumentámos recentemente a nossa participação para uma posição maioritária, e estamos a renovar todo o projeto”, adianta Emanuel Proença. Além das outras zonas do País, na região da capital, a Prio Gás serve neste momento as áreas de Lisboa, Cascais, Estoril, Mafra, Setúbal, Sintra, Almada e Barreiro, ou seja, na prática, toda a área metropolitana de Lisboa. “Estamos a fazer um esforço para angariar mais clientes. Enquanto nos combustíveis líquidos, a marca Prio já é conhecida, no gás ainda há muito trabalho para fazer”, alerta o administrador da Prio Energy.

Emanuel Proença está confiante de que se tudo correr bem com estas três apostas – entrada na área metropolitana do Porto e no Algarve e reformulação da actividade na área metropolitana de Lisboa – a Prio Gás passará a cobrir mais de 90% dos consumidores e cerca de 80% do território continental. “Fica-nos a faltar uma pequena parte no Alentejo, na região de Beja e toda a região fronteiriça”, precisa. A Prio Gás opta sempre por se posicionar em regiões com bastante afluência e que não requeiram grande logística. “É aí que preferimos localizar os nossos postos de venda, trabalhando com distribuidores com áreas geográficas, permitindo ganhos de escala a esses parceiros”, sublinha Emanuel Proença.

No gás, a Prio optou por um modelo de negócio baseado na simplicidade. Por isso, vende apenas dois tipos de garrafas de gás: a G22 (22 litros e nove quilos), para o segmento residencial e para o pequeno HORECA (hotelaria, restauração e cafetaria); e a G110 (110 litros, 45 quilos), direcionada para o canal HORECA, a pequena indústria e grandes clientes domésticos e residenciais.

A opção pela simplicidade levou também a que a empresa trabalhe só com o gás propano, “porque consideramos que é o melhor produto para o cliente, que vaporiza melhor, que é um calorífico de grande qualidade”. No mercado do gás, a Prio concorre com empresas de grande dimensão e multinacionais, como a OZ (antiga Esso), Rubis (ex-BP), Repsol e Galp. Num mercado (gás propano) que terá valido cerca de 134 mil toneladas no ano passado, a Prio assume-se como um pequeno ‘player’, embora em crescimento contínuo, tendo passado de uma quota de mercado de 1,2% em 2015 para 1,5% em 2016. A previsão para este ano é atingir uma quota de 2%.

Em termos globais, a Prio, surgida há cerca de dez anos, na sequência de um spin off da Martifer, a Prio fechou o exercício de 2016 com uma faturação de cerca de 700 milhões de euros, uma rede de 249 postos de venda e 578 colaboradores, atuando nas área dos combustíveis líquidos, gás, biodiesel, mobilidade elétrica e lubrificantes, entre outros.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.