O meu marido correu recentemente uma meia maratona. De início lá ia todo feliz da vida. No fim chegou morto a prometer que nunca mais se metia noutra. Uma promessa que durou meia hora. Depois veio a excitação de perceber que fez realmente 21 quilómetros, sem parar, debaixo de um calor imenso por entre os vales do Douro, e nem dores sentiu, tal era a satisfação.

Eu, que também já corri, confesso que senti inveja, no bom sentido. E muito orgulho! Quase que conseguia ouvir ao fundo a música do filme “Momentos de Glória”. Mas a verdade é que deve ser mesmo uma grande sensação alcançar um feito deste género. Até porque, ultimamente, são uma verdadeira ‘moda’. Conheço pessoas, como eu, que fizeram triatlos, maratonas e até o Ironman, uma das mais duras provas de triatlo. E aquilo que eu sempre associei a grandes nomes do desporto é hoje feito por atletas como nós, que trabalham, têm filhos e uma agenda cheia.

Porquê? Não sei. Talvez porque nos colocamos cada vez mais à prova, porque queremos desafiar as nossas capacidades. Porque estamos fartos da palavra crise, que nos obriga a fazer contas a tudo, e precisamos de mostrar a nós mesmos que somos capazes de grandes feitos. Afinal, correr não custa muito dinheiro. Compram-se uns bons ténis e um equipamento confortável, mas não existe nenhuma mensalidade fixa. Talvez porque a saúde está na moda, e bem, não só no que se come, mas também em tudo o que diz respeito ao nosso bem-estar e estilo de vida, onde o desporto tem um papel tão importante como uma alimentação saudável. É um novo conceito que começa a ter cada vez mais eco na sociedade. E as marcas não lhe são indiferentes. As que já existem inovam e aproveitam a onda, e as que vão surgindo no mercado trazem novidade e respostas práticas a este novo estilo de vida, que se quer saudável, biológico e desportivo, mas também rápido e simples.

A verdade é que esta ‘moda’ do desporto traz ainda outras vantagens para marcas que à partida nada têm que ver com exercício físico. Se olharmos para a lista de patrocinadores temos variados nomes. E se quisermos escolher um exemplo, a EDP foi, sem dúvida, a empres que melhor soube, ou pôde, agarrar esta aposta, marcando presença em quase todas as provas de norte a sul do país. Mas outras a esta se juntam, desde seguradoras a marcas de água, desporto, medicamentos ou bens de consumo. Aqui, o mais importante é saber agarrar a oportunidade e fazer dela um momento de união e diversão no mínimo original. Isso vê-se nos brindes, por exemplo, mas também na forma como a marca interage com os atletas antes, durante e depois da prova. E a esse nível temos visto grande evolução.

Também é verdade que há vários tipos de benefícios nesta ‘moda’ do desporto: não só é um bom exemplo para as gerações futuras como funciona como uma das grandes motivações para atletas como nós, e as marcas sabem cada vez mais aproveitar essas oportunidades emocionais, que tanto retorno lhes trazem e nos fazem sentir heróis, como nos filmes.