O número de refugiados em todo o mundo deverá crescer nos próximos anos, provocando novas crises humanitárias. O alerta é de especialistas que discutiram o assunto esta terça-feira à noite (20), Dia Internacional dos Refugiados, no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro. Um dos motivos do crescimento dos refugiados, além de guerras e crises políticas, é o descontrolo do clima provocado pelo aquecimento global, como lembrou a representante no Brasil da Agência das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), Isabel Marquez.
“Pelos indicadores que temos, falando de refugiados ambientais, o aquecimento global é uma realidade que está a subir a uma velocidade incrível. Infelizmente vamos ver muito mais deslocações, até em zonas que não são endémicas em catástrofes naturais. O que vai obrigar a que os países estejam prontos para poder atender às necessidades dessas pessoas, que são iguais às que fogem da guerra”, afirmou Isabel.
Segundo a responsável da Acnur, o refugiado ambiental está a fugir de catástrofes naturais, como terramotos, maremotos, inundações, como aconteceu com a população do Haiti. Também há situações que são causadas pelo Homem, como explorações de minas, que obrigam comunidades inteiras a serem realojadas.
“O número que estamos a ver agora de deslocados forçados é o maior que já se constatou na História da Humanidade. São mais de 65 milhões de pessoas deslocadas, delas quase 23 milhões são refugiados, saíram das suas fronteiras. Portanto é uma crise sem precedentes”, destacou a representante da ONU.
O alerta também foi dado pelo diretor do Centro de Estudos em Direito e Política de Imigração da Fundação Casa de Ruy Barbosa, Charles Gomes, que participou do seminário. “Este problema vai crescer. As principais razões são por questões climáticas. O aquecimento global vai aumentar essa população [de refugiados]. É um problema que vai se agravando e a tendência é só a de aumentar. O número de deslocados ambientais só cresce, chega a ser mais do que o dobro de um ano para o outro”, frisou.
O diagnóstico é semelhante ao do gerente de exposições do Museu do Amanhã, Leonardo Menezes. “As causas ambientais vão ser os principais motivos para os refúgios nas próximas décadas. Mudança no clima, secas, enchentes, desflorestação, poluição e obras de infraestrutura vão ser as razões pelas quais as pessoas perderão as suas casas”, disse Menezes.
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