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Do estagiário ao ‘tax manager’. Conheça os salários dos advogados

O último estudo de remuneração da Michael Page revela que nas sociedades de média dimensão o valor pode variar entre os zero os 90 mil euros anuais.
9 Julho 2017, 16h32

O tempo de um advogado numa sociedade é sempre sinónimo de mais euros na carteira. O salário de quem exerce há mais de dez anos é de 20.000 a 120.000 euros, dependendo do tamanho da sociedade. A quantia só é ultrapassada pela dos diretores jurídicos e tax managers, cujos cofres são recheados com uma média de 52.000 e 50.000 euros, respetivamente, para profissionais há cinco a 12 anos na área.

As conclusões são do Estudo de Remuneração 2017 da Michael Page, a empresa que auxilia as firmas portuguesas a recrutar sem se exporem ao mercado. A análise aos ordenados mostrou que as de média dimensão pagam em média aos estagiários 9.000 euros por ano, a quem exerce há cinco, seis ou sete anos 22.000 e a quem tem mais de dez anos de experiência 36.000 euros.

De acordo com o consultor sénior João Maciel, este ano são as sociedades de advogados quem está mais à procura de novas caras, dado que as consultoras querem seniores, com pelo menos três anos de experiência. “Há muita dificuldade em encontrar esse perfil no mercado, devido às pessoas terem acabado de transitar de uma consultora para uma sociedade de advogados ou cliente final ou por terem mudado de área”, diz o porta-voz da Michael Page ao Jornal Económico.

O responsável de Tax & Legal verificou que este ano há mais candidatos do sexo feminino do que do masculino e que houve um aumento considerável no recrutamento para a área de contencioso civil e comercial, direito público e imobiliário. A última sentiu mesmo um boom, com processos de futuras contratações neste ramo a crescerem cerca do dobro em relação ao ano anterior.

A quebra nos processos de recruta sente-se nas áreas de corporate e M&A, face ao reforço que essas equipas tiveram em 2016. A empresa nota ainda que havido menos lateral hirings e que a área de fiscal se mantém constante e com rotatividade entre sociedades de advogados de diferentes dimensões e consultoras.

“Durante este ano assinalámos um aumento considerável nas chamadas boutiques, em fiscal e em corporate”, salienta João Maciel, explicando que recorrem a estes serviços por causa da fragilidade dos seus Recursos Humanos e por se começarem a desenvolver. Daí as pequenas sociedades registarem remunerações entre zero (estagiários) e 78.000 euros (pelo menos uma década de trabalho).

Sociedades não vivem sem o pilar da administração

Feitas as contas aos bolsos dos advogados, a empresa reuniu informação de 36 firmas nacionais e lançou o Secretary Survey Portugal, onde revela que as atividades de secretariado e administrativo representam 26% dos recursos das sociedades de advogados do país. “A maior parte dos advogados não vive sem o suporte da administração. Uma boa secretária agiliza o trabalho”, afirma o consultor.

Rececionistas, administrativos e secretariado são as figuras do backstage e o braço-direito dos advogados. “Numa escala de importância de 1a 5, há 47% dos inquiridos a avaliar com pontuação de máxima relevância estes profissionais nas entidades onde trabalham”, explica Ana Castro Dias, consultora sénior em Secretarial & Management Support. Ainda assim, das mais de 30 firmas envolvidas na análise, apenas 15 responderam a valores sobre o salário destes funcionários – que não ascende os 2.000 euros brutos por mês.

Artigo publicado na edição digital do Jornal Económico. Assine aqui para ter acesso aos nossos conteúdos em primeira mão.

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