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Setor da construção tem escassez de produtos de qualidade no mercado, diz AICE

A AICE – Associação dos Industriais da Construção de Edifícios revela que, apesar do crescimento e otimismo no setor da construção, ainda se verifica, para além de alguma restrição na concessão de crédito bancário, uma escassez de produtos de qualidade no mercado.
10 Julho 2017, 19h50

Os números demonstram um crescimento em Portugal e na Europa. De acordo com o Eurostat – o sistema estatístico da União Europeia – os últimos dados apontam para um aumento de 3,2% na produção no setor da construção na zona euro e 2,7% na União Europeia (UE) em abril, face ao mês homólogo de 2016. Na comparação com março, a produção no setor da construção subiu 0,3% na zona euro e manteve-se na UE. Em Portugal, aumentou 0,2% em termos homólogos e manteve-se estável face a março.

Ainda segundo o INE – Instituto Nacional de Estatística, o investimento em construção a nível nacional teve um crescimento de 2,8% registado no PIB, no 1º trimestre de 2017. As contas nacionais trimestrais do INE revelam que o Investimento em Construção registou uma variação positiva de 8,5% face ao período homólogo do ano passado, em resultado de um crescimento de 5%, face ao trimestre anterior, valor que compara com crescimentos de 0,6% no Consumo Privado e de 3,1% das Exportações.

O Investimento em Construção representa 50,5% do investimento total da economia. Nos resultados obtidos, verifica-se igualmente uma evolução ao nível do emprego, registando-se, também neste primeiro trimestre do ano e em termos homólogos, a criação líquida de 23.045 postos de trabalho.

Os dados preliminares divulgados pelo INE mostram um crescimento nas licenças emitidas mas também das obras concluídas entre janeiro e março deste ano. Tendo sido dadas como terminados 2.900 edifícios em Portugal no período em análise, mais 15,9% do que no período homólogo e mais 8,9% do que nos últimos três meses do ano passado. De realçar que a maior parte dos edifícios licenciados destinaram-se a construções novas e destas a maior fatia foi para habitação familiar.

A AICE revela, em comunicado, que este crescimento se deve à abertura da Banca para a concessão de crédito para aquisição de casa; à descoberta do imobiliário português por estrangeiros o que se terá iniciado com programas de atratividade de investimento, como o Golden Visa ou o Residente não Habitual e a um clima de confiança que se gerou com base nos bons resultados da economia Portuguesa.

No entanto, Rui Rosa, vice-presidente da AICE refere que apesar de alguma abertura da banca, um dos maiores entraves à atividade é ainda o fato de se verificar “alguma restrição na concessão de crédito bancário e alguma dúvida sobre a sustentabilidade do bom desempenho da economia portuguesa por parte de investidores e do próprio mercado”.

Outro dos problemas levantados pela Associação diz respeito à construção nova, mesmo que esta comece novamente a dar sinais de recuperação, existe ainda escassez de produtos de qualidade e/ou diferenciados no mercado.

 

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