A Altri conseguiu a sua melhor ‘performance’ operacional de sempre em 2020, “com as suas unidades de produção de pasta a conseguirem bater recordes de produção, atingindo 1,102 milhões de toneladas de pasta, uma variação de 0,3% face ao ano anterior”.
“A produção de pasta papeleira de tipo BHKP atingiu 1,01 milhões, mais 1,3% que ano anterior, enquanto a produção de pasta solúvel ou DWP se situou nos 91,5 milhões, um recuo de 9,5% face a 2019”, explica um comunicado da empresa.
De acordo com esse documento, “no último exercício, a Altri exportou 945,3 mil toneladas de pasta, correspondendo a um volume de vendas ao exterior de 397,7 milhões de euros”.
“A Europa continuou a ser o mercado mais relevante, absorvendo 59% da produção, seguido do mercado nacional, que garantiu 14%, com a Ásia a representar 9%. Os restantes mercados foram responsáveis pelo consumo de 18%. Em termos de utilização, a pasta produzida pela Altri destinou-se maioritariamente ao segmento de ‘tissue’, com 58%. A restante produção destinou-se a impressão e escrita, com 19%; especialidades com 12%; têxtil com 9%; e o segmento de embalagens e outros a representarem 2%”, adianta o referido comunicado.
Os responsáveis da Altri salientam ainda que, de acordo com os dados do Pulp and Paper Products Council (PPPC), World Chemical Market Pulp Global 100 Report, December 2020, “a procura total acumulada durante o ano de 2020 de pastas ‘hardwood’ cresceu cerca de 6% em relação ao período homólogo de 2019”.
“Os dias de inventário nos produtores de pastas do tipo ‘hardwood’ situavam-se, no final de dezembro de 2020, em 35, o que corresponde a um decréscimo de dois dias face ao nível dos inventários que se verificavam há um ano. Em termos geográficos, verifica-se que o consumo de pasta do tipo ‘hardwood’ na Europa (Western Europe e Eastern Europe) regista um decréscimo de 4%, enquanto a procura proveniente da China cresceu 13%”, assinala o comunicado em questão.
Os responsáveis da Altri sublinham também que, já no decorrer de 2021, foram anunciados três aumentos de preço consecutivos, o que coloca o atual preço de mercado em 910 dólares para o mês de março.
“O ano de 2020 foi muito desafiante para a Altri, tendo em conta o contexto de pandemia que atravessamos, mas também as condições verificadas nos mercados internacionais, com os preços de pasta papeleira a manterem-se em níveis bastante baixos durante o ano. Paralelamente, a descida do valor do dólar face ao euro, traduziu-se igualmente num fator de impacto nos nossos resultados.
Apesar deste enquadramento, a Altri conseguiu, através de políticas responsáveis de proteção e segurança, garantir o bem estar e a saúde das suas pessoas, e apresentar um desempenho operacional notável, com os níveis de produção das nossas unidades de pasta de papel e de energia a atingirem valores recorde”, destaca Paulo Fernandes, presidente do grupo.
Segundo este responsável, 2020 foi um “ano em que além da preocupação com o bem estar das nossas pessoas, que demonstraram neste período uma extremada resiliência, foi possível dar passos muito consistentes no sentido de assegurar que a Altri é uma empresa de referência nacional e internacional, na observância das regras mais estritas de sustentabilidade ambiental, económica e social”.
“Ao nível da energia, estamos a dar passos muito importantes para a valorização do potencial que esta área encerra, com a contratação de João Manso Neto para liderar a Greenvolt e com a contratação da Lazard Asesores Financieros, da Lazard Frères Banque e da Vieira de Almeida & Associados para estudar a possibilidade de admissão de realizar uma operação que, sujeita às condições de mercado e nos termos habituais em situações similares, poderá culminar na admissão à negociação da totalidade das ações representativas do capital social da Greenvolt no mercado regulamentado Euronext Lisbon”, revela o líder do grupo.
Paulo Fernandes recorda ainda que “o ano de 2020 fica marcado pelo início da pandemia Covid-19, que teve impacto na generalidade dos setores económicos, com reflexo na atividade da Altri”, acrescentando que “desde o início da pandemia, o grupo implementou um conjunto de medidas de prevenção, controlo e vigilância que lhe permitiu desenvolver a sua atividade, salvaguardando o bem-estar permanente de todos os colaboradores”.
Em relação à produção de energia elétrica através de biomassa florestal, assegurada pela Greenvolt – Energias Renováveis, anteriormente designada Bioelétrica da Foz, durante o ano de 2020, atingiu cerca de 732,6 GWh, “correspondendo a um crescimento de 36% face ao ano anterior e também a um recorde de produção”.
No quarto trimestre do ano, realizou-se a paragem de manutenção da principal unidade de produção, a Sociedade Bioelétrica do Mondego, detida pela Greenvolt, e que tem uma capacidade instalada de 35 MW, não estando prevista qualquer paragem de manutenção desta unidade para 2021.
De acordo com o referido comunicado, “o desempenho financeiro do grupo fica marcado pela permanente baixa dos preços de pasta de papel nos mercados internacionais, que se verifica desde o final de 2019”.
No ano de 2020, o Grupo Altri realizou investimentos líquidos de 37 milhões de euros. No final do ano, a dívida nominal liquída remunerada do grupo situava-se em 475,3 milhões de euros, menos 37,7 milhões de euros que no final do exercício precedente.
Sobre as perspetivas futuras, a administração da Altri assinala que a Greenvolt “tem um ambicioso projeto de expansão nacional e internacional”.
“Sob a liderança de João Manso Neto e com o profundo ‘know how’ e ‘expertise’ que aportará ao negócio, a Greenvolt pretende consolidar a sua posição de liderança no mercado nacional e afirmar-se como um ‘player’ de referência a nível internacional, no mercado das energias renováveis, não apenas a partir de biomassa florestal – segmento que continuará a ser o ‘core business’ da sociedade, com inquestionáveis competências – mas também, através de modelos inovadores, de energia solar e eólica”, esclarece o comunicado em questão.
Por fim, está previsto que as participadas Caima e Celbi tenham paragens programadas de produção em setembro e outubro, respetivamente.
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