No início deste  mês, a ministra britânica para o Desenvolvimento Internacional, Priti Patel, esteve em Lisboa para participar na 49ª Anual Tidewater – um encontro de agências humanitárias internacionais. Portugal  foi sempre uma nação global, virada para o exterior.  Acolher um encontro de alto nível como este é mais uma prova da sua sólida capacidade para reunir líderes e especialistas em várias áreas – incluindo, nesta ocasião, o secretário-geral da ONU, António Guterres.

Quando falamos de ajuda ao desenvolvimento, o Reino Unido está numa posição privilegiada. Somos um dos poucos países que têm canalizado consistentemente 0,7% do seu Rendimento Nacional Bruto (RNB) para a ajuda pública ao desenvolvimento, permitindo-nos moldar o mundo em vez de sermos moldados por ele.

Num mundo em que existem sérias ameaças ao Reino Unido e à estabilidade global, a liderança britânica no palco mundial é mais importante que nunca. Hoje, quando olhamos para o mundo, vemos pessoas a morrer afogadas em perigosas rotas migratórias e crianças que continuam a morrer de doenças evitáveis, enquanto assistimos ao aparecimento de infecções resistentes a medicamentos nos países desenvolvidos. A violência e os conflitos estão a empurrar as pessoas de volta para a pobreza.

O Reino Unido continua a centrar a sua ajuda onde a necessidade é maior, desde o apoio aos países frágeis e afectados por conflitos, até à protecção de vidas humanas  e ao combate à pobreza. Em 2015/16, estima-se que o Ministério para o Desenvolvimento Internacional (DFID) britânico tenha ajudado a imunizar cerca de 20 milhões crianças, salvando 250 mil vidas; a alimentar 13,3 milhões de crianças com menos de 5 anos, mulheres em idade fértil e raparigas adolescentes através dos nossos programas de nutrição; 5,9 milhões de mulheres entre 2012 a 2015 e 1 milhão de mulheres em 2015-16, a usar métodos modernos de planeamento familiar; 3,1 milhões de crianças a aceder a um ensino de qualidade; e 11,3 milhões de pessoas a ter acesso a água potável e/ou melhor saneamento.

Também nos orgulhamos da forma como temos respondido às crises humanitárias: em 2015/16 a ajuda britânica chegou a 5,1 milhões de pessoas, incluindo 1,6 milhões de mulheres e raparigas. Só na resposta à crise na Síria, contribuímos com 2,46 mil milhões de libras (cerca de 2,8 mil milhões de euros) desde 2012.

Mas não podemos reduzir tudo a números. É também uma questão de liderança internacional e pretendemos usar a nossa posição de liderança para criar uma coligação para reformar o sistema global de ajuda ao desenvolvimento, preparando-o  para os desafios do século XXI. A longo prazo, promover o comércio e o investimento é a melhor maneira de conseguir reduzir a pobreza de forma duradoura.

Ao sair da UE, acreditamos que o Reino Unido ficará ainda mais voltado para o exterior e mais empenhado no desenvolvimento internacional. Da Síria à Somália, do Iémen à Nigéria, de Moçambique à Serra Leoa, o Reino Unido vai continuar a ser um símbolo de esperança para milhões de homens, mulheres e crianças em todo o mundo.

A autora escreve de acordo com a antiga ortografia.