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Vieira Monteiro: “Não temos nada que pagar aos lesados do Banif”

O presidente do Santander Totta disse ainda que vão absorver o Banco Popular em Portugal.
Cristina Bernardo
1 Agosto 2017, 13h19

António Vieira Monteiro, presidente do Santander Totta respondeu peremtoriamente à pergunta dos jornalistas sobre se o banco estaria disponível para participar numa solução do Governo para ressarcir os lesados do Banif, que tinham obrigações subordinadas e perderam o investimento na Resolução do banco no fim de 2015. “Porque temos de pagar por aquilo que não fizemos?”, perguntou.

Insistindo que não é responsável pelos clientes lesados do Banif, admite que sempre esteve disponível para negociar, “mas os direitos e deveres do Santander Totta têm de ser atendidos”, explicou.

António Vieira Monteiro explicou que essa é a posição de partida para qualquer negociação por iniciativa do Governo para aplicar aos lesados do Banif o mesmo que aplicou aos lesados do BES. Vieira Monteiro lembrou, num claro recado para o Estado, que era o Estado que era acionista do Banif em 60% e foi o Estado, que através do Fundo de Resolução, ditou as perdas dos credores subordinados.

Vieira Monteiro disse ainda que na primeira proposta que fez para comprar o Banif tinha um preço para comprar tudo e isso incluía os obrigacionistas todos. Mas como acabou por comprar apenas ativos no âmbito do processo de resolução do Banif, e o Fundo de Resolução decidiu retirar as obrigações subordinadas e deixá-las no Banif para contribuirem para o equilíbrio entre ativos e passivos do banco, deixou de ser responsabilidade do Santander Totta.

Sobre a integração do Popular Portugal, o presidente do banco que herda o Popular por causa da operação de aquisição em Espanha, revelou que o banco aguarda as autorizações legais dos diversos reguladores e no fim do processo vai integrar o Banco Popular Portugal, que assim desaparece.

O Banco Santander Totta vai manter a marca, garantiu o CEO do banco.

O banco liderado por Vieira Monteiro diz também que não precisa de um aumento de capital para integrar o Popular Portugal, porque têm uma almofada de capital,  aparentemente a muesma que foi constituída para acautelar eventuais resultados da litigância sobre os swaps, em desfavor do banco, o que não veio a acontecer.

“A parte interessante do negócio é que o Popular é mais forte em PME que é um segmento em que o Santander Totta quer apostar”, disse fonte da administração à margem da conferência de imprensa.

[atualizada]

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