As férias significam o fim de um ciclo de trabalho. São um tempo de paragem, de mudança de ritmo e/ou, ainda, como se costuma dizer, de mudança de ares. Férias são espaço e tempo para ver lugares diferentes, para conversar com pessoas diferentes, para simplesmente estar. Para ler. Para visitar. Férias são espaço e tempo para deixar que faça sentido tanta coisa que vivemos durante o ciclo de trabalho. Férias são tempo para descansar e recuperar energia, física e mental.
Ora aqui está todo o potencial das férias para cada profissional, para cada equipa de trabalho, para as organizações. Nas férias, podemos prestar atenção a coisas diferentes, a locais diferentes, a pessoas diferentes. Podemos, em todo o seu sentido lato, observar, escutar, saborear e sentir, e com isso, conhecer mais, saber mais, sobre os outros, sobre as situações e até sobre nós próprios.
Sabemos que o tempo é um só e que o tempo improdutivo não pode ser recuperado. Mas o tempo das férias tem um propósito e um potencial que pode fazer de nós melhores profissionais. Para os que dizem não poder desligar do trabalho, seja ao nível da gestão operacional, seja da gestão intermédia ou mesmo no topo das organizações… vale a pena responder à pergunta: o que me mantém ligado? É a falta de equipa confiável, responsável? É a falta de planeamento? É conjuntural? Ou não quero desligar? Estou a ser melhor profissional se não permito o exercício pleno de autonomia e responsabilidade das minhas equipas? Ou não consigo estar fora da organização? Mas estar fora permite ver a organização numa outra perspetiva.
No regresso ao trabalho, estamos mais informados, temos mais conhecimento, temos mais energia. Podemos ser mais atentos, mais produtivos e, até, mais criativos. Seremos mais rápidos na análise dos assuntos e mais assertivos na tomada de decisão. Poderemos mais facilmente perspetivar riscos e a forma de os dirimir, bem como equacionar mecanismos de prevenção de problemas.
No pós-férias não devemos instalar-nos na ideia de que tudo volta ao mesmo. O regresso ao mesmo espaço físico não significa voltar ao mesmo nível de contribuição, às mesmas matérias ou problemas. Desafiemo-nos a fazer diferente – no tipo de atividades, no ritmo, no local… Desafiemos cada uma das pessoas das nossas equipas a trazer uma aprendizagem das férias. Um desafio que permita ver como cada aprendizagem pode ter impacto nas organizações, no que é feito, em como é feito e, até, onde é feito. Perceberemos o potencial da paragem e da aprendizagem.
Votos de umas excelentes férias!