O Sistema Integrado de Gestão de Embalagens e Resíduos em Agricultura, designado Valorfito, conseguiu renovar, na semana passada, a licença que tem em vigor desde há 11 anos para a retoma e reciclagem de resíduos agrícolas. Segundo o despacho emitido no passado dia 28 de julho, pelos gabinetes dos secretários do Estado Adjunto e do Comércio e do Ambiente, este novo contrato vai vigorar a partir do dia 1 de janeiro de 2018 até 31 de dezembro de 2021.
“Estamos muito satisfeitos com a renovação da licença e integração da gestão de novos resíduos no sistema. Este é um sinal claro de reconhecimento pelo bom trabalho desempenhado nos 11 anos de vida do sistema, mas também um desafio ao setor agrícola português, que tem vindo, nos últimos anos, a desempenhar um papel fundamental para a integração das boas práticas ambientais”, confidenciou António Lopes Dias, diretor-geral da Valorfito ao Jornal Económico.
De acordo com dados apurados pelo Jornal Económico junto de fonte oficial da Valorfito, com a renovação desta licença passam a estar incluídas no perímetro do sistema em causa todas as embalagens de fitofármacos (produtos farmacêuticos para a agricultura), uma vez que anteriormente as embalagens de capacidade superior a 250 litros estavam excluídas. Outra novidade importante realçada por António Lopes Dias é a inclusão das embalagens de sementes, “contribuindo de forma decisiva para a responsabilidade ambiental dos produtores agrícolas”.
Em terceiro lugar, também passaram a estar incluídas neste pacote de recolha da Valorfito as embalagens dos biocidas (produtos usados essencialmente em ambiente não agrícola), os quais passam a contar de uma solução que vai permitir um destino mais saudável em termos ambientais.
No ano passado, o sistema do Valorfito proporcionou a colocação de 726 toneladas de embalagens no mercado, uma redução de 11,6% face a 2016. No exercício passado, foram retomadas 53% das embalagens inseridas no mercado, o que representa um crescimento face ao período homólogo (47,4% de 2015).
Destas embalagens, 79% foram de plástico, 8% de produtos mistos, 7% de carão e papel e 5% de metal. Apesar de as quantidades retomadas pela Valorfito terem descido 1,2%, para 384,7 toneladas, a taxa de retoma do sistema subiu de 47,4% para 53%.
Em declarações exclusivas ao Jornal Económico, António Lopes Dias revela a pretensão de o sistema passar também a integrar outros produtos como os fertilizantes agrícolas e as tubagens de rega, em especial, a chamada ‘fita de rega’. “No caso dos fertilizantes, estamos a falar de um fluxo duas a três vezes superior ao dos fitofármacos. Só por aí podemos ter uma ideia da sua importância”, concluiu o diretor-geral da Valorfito.
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