A inovação tecnológica e a sua disseminação, global e local, têm criado novas realidades e oportunidades, onde se destaca a democratização das tecnologias e da inovação em espaços-oficina, denominados Makerspaces, que permitem a qualquer cidadão ter acesso à tecnologia, de desenho e produção, em ambientes DIY (do it youself – faça você mesmo). Se associarmos a isto a premente participação dos habitantes como atores da sociedade civil na conceção das decisões locais, e mesmo na sua realização, resgatamos o conhecimento e a capacidade de como as coisas são feitas nas nossas cidades.
As inovações baseadas nos Makerspaces podem ser uma fonte de soluções de resposta a problemas reais nas cidades, abrindo oportunidades para negócios, investigação e educação por meio de projetos. São, também, espaços para o desenvolvimento de competências e criação de empregos através da relocalização da manufatura e implementação de novas economias.
Em 2014, o presidente do município de Barcelona desafiou as cidades a produzirem tudo o que consomem até 2054, reforçando o papel do setor da manufatura nas cidades através da implementação de uma rede de espaços físicos de fabrico (Fab Labs, Open Innovation Centres, Living Labs and Cross-Sector Incubators) nos bairros. Desta forma, os cidadãos e a cidade são capacitados para serem os donos de seu próprio destino, uma resiliência aumentada.
Neste contexto, já pensou nas oportunidades que se abrem se tivesse no seu bairro um espaço-oficina de manufatura a que poderia recorrer para executar os seus produtos? Torne-se um Maker e realize as suas próprias ideias, desenvolva as suas próprias tecnologias, dispositivos e ferramentas, em projetos que reforcem as leituras do seu bairro. Faça parte de uma vasta comunidade de empreendedores que usam a criatividade e a inovação para abraçar estratégias de economia circular e, assim, fomentar a colaboração permitindo a transição urbana para cidades localmente produtivas e globalmente conectadas.
O projeto Fab City Manifesto desafio-o a pôr em prática 10 princípios orientadores: ser ecológico, inclusivo, global e local, participativo, empreendedor, produtor local, centrado no bem comum, holístico, adepto do código aberto e aberto à inovação experimental.
Para entender melhor o impacto dos princípios descritos, existe em Portugal, no âmbito do projeto Interreg Uban M – Urban Manufacturing, o mapeamento para consulta de um conjunto de boas práticas que estão em curso em Lisboa e no resto da Europa.
Seja um Maker. Aceite o desafio de criar e inovar através do processo de aprender e de fazer. Enfrente as questões urbanas do seu bairro em todas as suas dimensões e interdependências para construir reivindicações coletivas inovadoras locais e globais.