A Associação de defesa do consumidor – Deco, recebeu desde segunda-feira até ao final da tarde de ontem 114 pedidos de ajuda relativos aos caos criado na aviação pela companhia aérea Ryanair, revelou uma fonte oficial da Deco à TVI24.
A companhia low cost é acusada de não cumprir com os direitos do consumidor, em relação a assistência e indemnização, segundo as queixas recebidas pela Deco.
“Há um estudante português em Oslo que nos disse que precisava mesmo de regressar a casa, ao Porto, nos três dia em que marcou com a Ryanair: faria Oslo-Londres-Londres- Porto. Disseram-lhe, na madrugada de ontem, que foi cancelado o voo Londres-Porto, Porto-Londres e que terá ou de remarcar, e pagar extras, ou cancelar, e é ressarcido”, exemplificou fonte da Deco. Os juristas da associação reafirmam que não é legal a cobrança de qualquer valor extra.
As reclamações e pedidos de ajuda não deixam de chegar à Deco, uma fonte oficial refere mesmo uma “chuva de telefonemas” devidos ao problema da violação dos direitos dos consumidores.
Bernardo Pinto, country manager da start-up AirHelp Portugal e Brasil, afirma à TVI24 que tem recebido “muitos pedidos de ajuda, não só em Portugal, mas em toda a Europa, resultando, e isto sim no nosso país, num aumento de 72% de passageiros a contactar a AirHelp em comparação com a semana imediatamente anterior ao anúncio da Ryanair, incluindo já reclamações a pedir compensações.”
“A maior dúvida dos passageiros é saber como podem colocar em prática a teoria dos direitos dos passageiros e o que devem fazer”, acrescenta.
A AirHelp estima que, dos cerca de 350 voos que se esperam ser afetados em Portugal, “apenas cerca de 100 estejam elegíveis para receberem uma compensação, isto tendo em conta os prazos de comunicação entre a companhia aérea e o passageiro. Estas compensações variam entre os 125 – 400 euros, visto que o valor das compensações tem em conta a distância das viagens, sendo que uma grande percentagem de voos com partida ou chegada a Portugal pela Ryanair está abaixo dos 1.500 km”, disse ainda Bernardo Pinto.
O ministério da Economia assegura que “está a acompanhar todo o processo” e que, mesmo antes da situação se tornar pública, a Direção-geral do consumidor tinha disponibilizado toda a informação para que “os consumidores saibam quais os direitos que têm no caso concreto da Ryanair ou de qualquer companhia aérea.”
“Os consumidores que pediram devolução do dinheiro estão a ser ressarcidos e quem pediu alteração de voo também conseguiu fazê-lo”, revela fonte oficial do ministério, salvaguardando que podem existir excepções.
O ministério de Manuel Cadeira Cabral aconselha os portugueses no estrangeiro a contactarem os operadores turísticos e as companhias aéreas para apoio. Também, se necessário, será prestado apoio junto dos Direitos de Viagens dos Cidadãos Europeus.
O presidente-executivo da Ryanair, Michael O’Leary, disse hoje que o cancelamento dos mais de dois mil voos custará à companhia cerca de 25 milhões de euros e pediu, mais uma vez, desculpa a todos os passageiros afetados pela má marcação das férias dos pilotos – razaão dada pela companhia pelo cancelamento dos voos.
Ontem a low-cost irlandesa informou que os passageiros afetados pelos voos cancelados até ao final de outubro já foram notificados, com mais de metade a conseguirem viagens alternativas.
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