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CGD vai investir para ganhar quota de mercado nas PME, garante Paulo Macedo

O presidente da CGD, disse na conferência da OCDE, que a CGD vive num paradoxo: tem as mesmas regras de mercado dos outros bancos, mas como banco do Estado tem de prestar serviços bancários aos menos favorecidos.
21 Setembro 2017, 17h36

O Presidente da CGD disse em Paris, na Conferência da OCDE, que “a Caixa conhece o mercado português como nenhuma outra instituição creditícia. Conhece os clientes particulares e vai investir para ganhar quota de mercado nas pequenas e médias empresas”. O banco detido por capitais públicos disse que de fevereiro até setembro, alcançou o 1.º lugar no financiamento das linhas governamentais, “que promovem, sobretudo, o financiamento para suprir necessidades de capital fixo nas empresas. Empresas estas que, garantido os rácios de capital acrescidos, vão agora investir, para crescer em produção e em capacidade de exportação, gerando riqueza e mais emprego para o nosso País”.

Realizou-se no dia 15 de setembro, em Paris, a conferência promovida pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico), subordinada ao tema “Políticas Melhores para uma Vida Melhor”. A Caixa esteve representada pelo Presidente da Comissão Executiva, Paulo Macedo, cuja intervenção teve como tema “O Papel dos Bancos Públicos no financiamento das PME’s: A Caixa como banco líder em Portugal”.

Paulo Macedo contextualizou o momento atual da Caixa, que foi alvo de uma operação de recapitalização e que vive um processo de restruturação, fruto do Plano Estratégico negociado com as autoridades europeias, a vigorar até 2020, com o objetivo de ser rentável e sustentável por prazos longos, mas com uma atuação em linha com a de um investidor privado, cumprindo, ao mesmo tempo, a sua missão pública.

Paulo Macedo disse que “um banco público deve ter uma missão que visa o interesse público. Por isso a Caixa deve ter uma atitude responsável no mercado, com valores éticos exigentes nos produtos bancários oferecidos. Ao mesmo tempo, deve promover a atividade económica, financiando os setores mais dinâmicos, nomeadamente, aqueles agentes económicos que contribuem para o crescimento do Produto Interno Bruto, para o incremento do mercado de trabalho e para a melhoria das capacidades dos seus quadros”.

Entre a legislação europeia e a responsabilidade social, é assim que Paulo Macedo vê a CGD. “A legislação europeia não faz qualquer distinção entre bancos com capitais públicos ou bancos privados. A Caixa opera no mercado com estas responsabilidades acrescidas sem ónus nem privilégios, com requisitos idênticos aos dos bancos privados, cumprindo integralmente a legislação sobre concorrência. Este é o paradoxo em que a Caixa trabalha”.

A responsabilidade em ser um banco com capital integralmente público deve assim representar para a Caixa a manutenção da quota dos depósitos de particulares, singular em valor quando comparada com instituições semelhantes na Europa. “Os portugueses têm tido, na Caixa, um refúgio seguro em tempos de tormenta financeira. O banco deve estar focado na manutenção da sua importante quota de financiamentos de longo prazo, nomeadamente no crédito à habitação e no crédito ao investimento das empresas. Deve, igualmente, prestar serviços bancários aos menos favorecidos, através de mecanismos como os Serviços Mínimos Bancários, e, tem simultâneamente de ter para os clientes em geral, políticas de preços dos seus produtos que remunerem a qualidade dos serviços que presta”, disse o president da CGD.

A Caixa, “pela sua dimensão e a sua quota, deve promover a estabilização do mercado”, disse ainda, acrescentando que deve “proteger o crescimento do País de forma sustentável”.

“Deve, também, ter condições de financiamento ao empreendedorismo, inovação e, igualmente, ao microcrédito. Por último, mas não menos importante, a Caixa deve continuar a promover a melhoria contínua da literacia financeira dos seus clientes numa perspetiva socialmente inclusiva”, refere.

“Por tudo isto, é fundamental garantir a quota de marcado que tem, e continuar a ter uma ampla presença internacional para estar perto dos mercados exportadores”, disse em Paris Paulo Macedo.

“É um equilíbrio sempre difícil o trabalho de um banco de capitais públicos num ambiente concorrencial aberto. Mas é aqui que temos de mostrar a força de um banco vencedor. É esta luta que estamos a travar”, referiu o Presidente da Comissão executiva na reunião da OCDE em Paris.

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