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Haitong entrega lista de administradores ao Banco de Portugal

O mandato dos atuais administradores acabou em dezembro de 2016. Ex-BESI enviou recentemente a lista dos novos órgãos sociais para o regulador.
27 Setembro 2017, 08h20

O Haitong Bank já apresentou a lista de órgãos sociais ao Banco de Portugal, soube o Jornal Económico junto de fonte próxima do processo.

A operação segue agora os trâmites normais, uma vez que cabe ao regulador bancário avaliar a adequação e idoneidade dos nomes propostos.

Da lista dos nomes sabe-se apenas que Lin Yong foi proposto para a presidência não executiva do Haitong Bank, antigo BES Investimento, e que o banco chinês quer para presidente executivo Hu Min, de 41 anos, especialista em mercados financeiros.

O Banco de Portugal tinha deixado algumas orientações ao nível dos órgãos sociais do banco, nomeadamente que houvesse mulheres e que os administradores executivos tenham experiência bancária no quadro regulatório europeu, uma informação que já tinha sido noticiada. Recentemente Maria João Ricou assumiu a presidência da mesa da assembleia-geral do Haitong Bank.

Da lista dos atuais administradores alguns serão reconduzidos, sabe o Jornal Económico. Neste momento, o ‘board’ do ex-BESI tem em função cinco administradores que já terminaram os seus mandatos em 2016: Hiroki Miyazato, presidente; Mo Yiu Poon, CFO; Alan Fernandes, Christian Minzolini e Paulo Martins.

Hiroki Miyazato – que substituiu José Maria Ricciardi quando este se demitiu no fim do ano passado – sai do banco com sede em Portugal. O banco de investimento tem sofrido perdas devido à inexistência de um modelo de negócio rentável que substitua o anterior. O banco que foi do BES já foi líder de mercado.

As perdas consolidadas do grupo Haitong totalizaram 79,8 milhões no primeiro semestre, devido à queda de proveitos e à subida dos custos e imparidades. Este é um valor quatro vezes superior às perdas de 19,6 milhões registadas no primeiro semestre do ano anterior. A deterioração dos resultados do grupo reflectiu a queda de 45,6% do produto bancário para de 35,9 milhões, devido à redução das comissões e aos prejuízos nas operações de mercados, que anularam o efeito positivo da subida da margem financeira. Outro dos factores a penalizar os resultados foi o reforço das imparidades, que somaram 37,7 milhões.

O antigo BESI recebeu nesse período mais um aumento de capital de 38,5 milhões, através da conversão de créditos em acções.

A nível financeiro, em fevereiro deste ano, o banco anunciou um programa de reestruturação — denominado Haitong Bank 2025 — que visava centrar o negócio do antigo BESI na banca de investimento, mercados e investimentos alternativos, com uma clara aposta nos mercados emergentes e na estreita relação com a China. O relatório semestral avançou entretanto que “a parte mais relevante da reestruturação já foi concluída mas durante os próximos meses o banco irá prosseguir com a implementação de algumas iniciativas de reorganização e optimização dos custos administrativos”.

Artigo publicado na edição digital do Jornal Económico. Assine aqui para ter acesso aos nossos conteúdos em primeira mão.

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