O projeto de expansão da Somincor na mina de Neves-Corvo já tem luz verde para avançar por parte da APA – Agência Portuguesa do Ambiente, conforme apurou o Jornal Económico no ‘site’ oficial desta instituição. O relatório da DIA – Declaração de Impacte Ambiental sobre o projeto de expansão do zinco (PEZ) foi emitido pela APA foi emitida a 21 de julho e revela que o investimento inicial de 250 milhões de euros previsto pela participada da canadiana Lundin Mining para este projeto foi superado, atingindo agora um montante de 263 milhões de euros.
De acordo com o ‘site’ oficial da Lundin Mining, desse montante, cerca de 25,5 milhões de euros (30 milhões de dólares ao câmbio atual) serão aplicados no terreno ainda no presente ano.
A aprovação da APA estava condicionada à elaboração de um RECAPE – Relatório de Conformidade Ambiental do Projeto de Execução, a apresentar pela Somincor à APA, de forma a respeitar as medidas de minimização e compensação recomendadas pela agência para minorar os impactes negativos deste projeto, mas o Jornal Económico sabe que também essa fase já foi superada com êxito, pelo que deverá estar para breve o arranque no terreno das obras principais deste empreendimento, representando um dos maiores IDE – Investimentos Diretos Estrangeiros dos últimos tempos em Portugal.
“Este projeto visa o aumento da atual capacidade de produção de zinco (1,15 milhões de toneladas/ano) para 2,5 milhões de toneladas/ano, até ao primeiro semestre de 2019. Como consequência desta expansão surge a necessidade de instalação de novos equipamentos de processamento do minério extraído, bem como a necessidade de expansão de algumas das infraestruturas de superfície, de apoio, quer à lavaria de zinco, quer à expansão subterrânea da mina de Neves-Corvo”, destaca o texto da DIA aprovada pela APA em relação a este projeto.
O mesmo documento alerta que “o atual plano ‘life-of-mine’ (‘LOM’, ou seja, a vida útil da mina) das minas de Neves-Corvo inclui uma taxa de cobre constante entre as 52 mil toneladas e as 60 mil toneladas por ano até 2020; após essa data, prevê-se um declínio constante na produção de cobre e um excesso de capacidade do poço de extração”.
“Caso o PEZ não se concretize [concretizasse], a atual previsão [de tempo de vida] da mina de Neves-Corvo é 2029”, assegura o documento da APA.
A DIA esclarece ainda que “a implementação do PEZ conduz a um aumento de produção de concentrado de zinco em 82% para o período de exploração do projeto”.
“O concentrado de chumbo sofre um aumento percentual ainda mais relevante, de cerca de 134%, embora, em termos absolutos, as quantidades sejam pouco significativas comparativamente aos restantes metais. No caso do cobre, verificar-se-ão aumentos na ordem dos 6%”, assegura o referido documento.
“Verificar-se-ão impactos positivos significativos associados à geologia e à socio-economia. Os impactos positivos encontram-se associados fundamentalmente à fase de exploração do projeto, decorrendo da promoção das atividades e do tecido empresarial ligado à exploração do projeto, bem como da manutenção de um número médio de 785 postos de trabalho, sendo admitida a perda de 88 postos de trabalho na sua ausência, com abrangência de nível local e regional”, sublinha a DIA relativa à expansão de produção de zinco da Somincor em Neves-Corvo.
Para os técnicos da APA, “este projeto desenvolve-se num setor estratégico para a economia regional e nacional, sendo responsável por uma quota de significado muito relevante na geração de riqueza regional na estrutura das exportações – representando cerca de 92% das exportações regionais e 16% das exportações nacionais de minérios, escórias e cinzas – e na sustentação do emprego local”.
Em resumo, a APA considerou que este “é um projeto estratégico para o desenvolvimento local, regional e nacional”, defendendo que as medidas de minimização e de compensação dos principais impactos negativos identificados irão permitir que esses efeitos sejam apenas “residuais”, pelo que “não serão de molde a inviabilizar o projeto”.
A APA recomenda ainda que, durante a fase de exploração deste projeto, até 2020, a Somincor elabore e lhe entregue “um estudo que analise a viabilidade de prolongamento da vida útil do complexo mineiro [de Neves-Corvo], uma vez que, em termos sócio-económicos, é de real importância local, regional e nacional que a exporação mineira se mantenha ativa durante o máximo tempo possível”, acrescentando que essa “análise poderá considerar a prospeção de novos jazigos ou expansão dos existentes”.
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