Feitas as contas e analisados os resultados, o PS da Madeira teve o melhor resultado de sempre em eleições autárquicas. Devo dizer que para a noite ter sido perfeita tinha sido relevante o PS-M ter ganho a Câmara do Porto Santo. Esteve muito perto de a conseguir, apenas 30 votos separaram o meu partido desse feito relevante.

E daqui sai a primeira lição para o PS da RAM: a instabilidade e desunião que se observou na estrutura local, com origem numa Assembleia Municipal, liderada por uma histórica socialista, em permanente reboliço e agitação, perturbando a governação local, contribuiu para impedir a noite perfeita e a mais que justa vitória do Filipe Menezes de Oliveira e a sua equipa. Nestes termos, o primeiro alerta é claro como água: um partido dividido não ganha eleições. Se ainda é preciso mais exemplos e factos, basta olhar para o PSD-M que teve o pior resultado de sempre, passando de 11 autarquias em 2009 para apenas 3 a partir de agora.

Sempre disse, desde que tomei posse como Presidente da estrutura regional, que o caminho do PS era difícil. Assumi funções com o PS-M a valer 10% na eleição regional de 2015 e, numa sondagem regional publicado num jornal local, as intenções de voto mais que triplicaram (superior a 30%), colocando o PS da Madeira na linha da frente para ser a alternativa, ao fim de 40 anos, ao PSD. Estas eleições autárquicas reforçaram essa tendência e deram ânimo e esperança aos madeirenses para poderem viver em 2019 a alternância democrática que, infelizmente, ainda está por concretizar na Região. Mas esta foi apenas uma etapa que exigiu a entrega de todos, o bom trabalho dos autarcas eleitos e o esforço de estabilidade e unidade no PS-M.

Os próximos tempos exigem a serenidade necessária para manter o rumo traçado e projectar o PS-M para o futuro. Há uma linha que separa o PS-M do seu principal adversário e que tem permitido conquistar o terreno necessário para ser hoje a única alternativa. Enquanto o PSD-M se anima com as lutas e brigas dentro do partido e entre os seus dirigentes, o PS-M procura consolidar o primado da defesa da autonomia, dos interesses dos madeirenses, fazendo uma ruptura com o passado onde introduz a base da nossa matriz de intervenção: os cuidados com a vida dos cidadãos, custe o que custar.

Este activo da união e estabilidade e esta preocupação com o bem-estar dos cidadãos, que caracteriza hoje o PS-M, podem ser decisivos para afirmar o único projecto que nos interessa: ganhar 2019. A partir de agora todos temos a responsabilidade de contribuir para o compromisso de que juntos somos mais fortes.

O autor escreve de acordo com a antiga ortografia.