Na terça-feira, o discurso de Carles Puigdemont tocou novamente o tema da espoliação fiscal que Espanha impõe à Catalunha, citando os 16 mil milhões de euros que o Governo central supostamente “rouba” todos os anos aos cofres da Generalitat, um cálculo que, diz o El Confidencial, está à margem da realidade. Citando os mais recentes dados do Ministério da Fazenda espanhol, o jornal afirma que a balança fiscal da Catalunha não vai além dos 10 mil milhões de euros.
Este alegado roubo levou a que a Generalitat tenha começado a pressionar as empresas com sede na Catalunha a pagar os seus impostos à Agência Tributária Catalã, o que assustou ainda mais as empresas com sede na região, que aproveitam a mudança da sua sede para alterar o seu domicílio fiscal.
Assim, não só escapam às pressões do Governo catalão como, em caso de independência, deixarão fora dos cofres catalães um total de 2,1 mil milhões de euros, contando que mais nenhuma empresa deixa a região. Este valor não é, de todo insignificante, representando cerca de 10% do total de imposto de sociedade (o equivalente ao IRC português) coletado na região.
Além da problemática da coleta fiscal empresarial para a região – que só se coloca em caso de independência – esta fuga de empresas afeta diretamente o montante que a Generalitat arrecada com os impostos sobre atos jurídicos e documentados – similar ao Imposto de Selo – um imposto regional.
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