Há uma dúzia de anos, iniciávamos na Católica uma nova aventura.

Começámos por ouvir o mercado: sociedades de advogados de perfil internacional e a Ordem dos Advogados; fundações, empresas e instituições financeiras; advogados e académicos portugueses e de outras jurisdições, especialmente no mundo anglo-saxónico.

A reação entusiástica e as críticas construtivas da maior parte dos nossos interlocutores ao projeto inicial, bem como a indiferença da academia tradicional, foram um grande incentivo.

A aventura – que, a partir de 2009, haveria de se chamar Católica Global School of Law – tinha todos os ingredientes para correr mal: queríamos lançar em Portugal o primeiro LL.M. (Master of Laws), equivalente anglo-saxónico ao mestrado em direito. A ideia era atrair juristas de todo o mundo a Lisboa, para serem expostos a um ensino moderno e interativo, em língua inglesa, pelos melhores professores e profissionais, portugueses e estrangeiros. Não havia nada de semelhante na Península Ibérica e Lisboa não era, como hoje, um destino turístico e académico na moda.

O ponto de partida era a ideia de que o continente europeu precisava de levar a sério as consequências jurídicas do processo de globalização económica, e que estas se ligavam aos modelos anglo-americanos e à integração europeia. Tudo era contraintuitivo: pois o direito não é uma realidade puramente nacional? E não deve ser ensinado exclusivamente na língua do país? E a nossa doutrina jurídica não é, na esteira da alemã, a melhor do mundo?

Falar em “direito global” era então uma excentricidade, ensinar direito em inglês um absurdo, atrair graduados das melhores escolas internacionais (de Oxford a Cambridge e de Cornell a Duke) uma miragem e ter a ensinar regularmente em Lisboa alguns dos mais influentes académicos do mundo era simplesmente impensável.

Hoje, juristas de 50 países frequentaram já os LL.M. e o Ph.D. da Global School e prosseguem carreiras internacionais. A Católica integra as redes mais exclusivas de faculdades de direito de orientação internacional, como é o caso da Law Schools Global League.  Oferece graus duplos com escolas de topo nos Estados Unidos, Reino Unido e Europa continental. Os programas têm lugares cimeiros nos rankings internacionais e são reconhecidos como dos mais inovadores pelo Financial Times, pela Fundação Gulbenkian ou pela FCT, e são inspiração para programas congéneres no estrangeiro.

Tive o privilégio de lançar e liderar este projeto em colaboração com uma pequena equipa e com o importante apoio de muitos, dentro e fora da Universidade Católica, a quem estarei sempre grato. Com a sua nova direção, a Global School continuará cada vez mais a reinventar o seu futuro na comunidade jurídica global.