Em dia de greve, Uber e Cabify pedem ao Parlamento que acelere regulação

Em plena Web Summit, evento que traz milhares de estrangeiros a Lisboa, os motoristas das plataformas Uber, Cabify e Chofer estão esta tarde em greve contra o que consideram ser uma perseguição pelas autoridades policiais. As empresas dizem respeitar o direito à greve, mas consideram que a situação seria resolvida através de regulação.

“Respeitamos o direito que a comunidade de motoristas tem de se manifestar. Esta situação reforça mais uma vez a urgência da aprovação, pela Assembleia da República, de um quadro regulatório moderno e transparente para a mobilidade em Portugal”, disse Rui Bento, diretor-geral da Uber para a Ibéria, plataforma que conta com mais de três mil motoristas.

Da mesma forma, Nuno Santos, diretor-geral da Cabify Portugal, lembrou que “a liberdade de protesto é um direito de qualquer membro da nossa sociedade e cabe-nos respeitar a 100% essa realidade”, acrescentando que espera que a situação se resolva rapidamente e “que as propostas de regulação venham a receber, em breve, a atenção e a análise adequadas”.

Os motoristas consideram que são alvo de perseguição pelas autoridades policiais junto ao Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa e protestam contra o facto de a lei sobre as plataformas de transporte ainda não ter sido aprovada no Parlamento, segundo explicou o presidente da Associação Nacional de Parceiros das Plataformas Alternativas de Transportes (ANPPAT), João Pica, à agência Lusa.

A paragem desta quarta-feira, entre as 16h e as 20h, pretendia exatamente criar caos na mobilidade urbana. Daí ter sido escolhido um dos dias da Web Summit, evento em que eram esperadas 59.115 pessoas de 170 países, entre os quais mais de 1.200 oradores, duas mil startups, 1.400 investidores e 2.500 jornalistas.

Sobre a cimeira tecnológica, Nuno Santos, da Cabify, disse: “Esperamos que os eventos de hoje terminem de forma tranquila”. Também Rui Bento, da Uber afirmou esperar que “o maior evento tecnológico do mundo inspire Portugal para celebrar e não para punir a inovação”.