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Depois de 30 anos de relação fiscal, Irlanda pode divorciar-se da Apple

A demora na cobrança de 13 mil milhões de euros em impostos pela Irlanda à Apple foi criticada pela Comissão Europeia e poderá ter aberto uma cisão entre o país e a empresa.
23 Novembro 2017, 20h57

O primeiro-ministro irlandês, Leo Varadkar, e o CEO da Apple, Tim Cook, reuniram-se esta quinta-feira para decidir se o país e a empresa continuam a trabalhar juntos, mantendo assim uma relação que dura já há 30 anos. Em causa está a pressão que a Comissão Europeia tem exercido para que a Irlanda abandone o acordo fiscal especial oferecido à empresa.

A aliança começou a parecer menos estável depois de Varadkar ter culpado a Apple pelos atrasos na cobrança de cerca de 13 mil milhões de euros em impostos, sendo que a Comissão Europeia processou a Irlanda em outubro por não ter cobrado o montante suficientemente depressa.

O primeiro-ministro garantiu não querer entrar em conflito com a empresa. “Não queremos estar numa situação em que o governo irlandês tem de levar Apple a tribunal porque a Comissão leva por sua vez o governo irlandês a tribunal”, disse Varadkar aos deputados em Dublin, citado pelo El Economista. “Penso que essa mensagem é clara”.

Apesar disso, a intervenção sugere que a relação, que dura há mais de três décadas, poderá estar com problemas. Além da questão dos impostos, a Apple apresentou há dois anos um plano de construção de um centro de análise de dados, com um investimento de mil milhões de euros. Segundo a tecnológica, este seria um dos seus maiores investimentos de sempre na Europa Ocidental, mas continua por concretizar devido a problemas relacionados com licenças.

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