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Augusto Mateus admite que economia portuguesa enfrenta uma séria crise de investimento

“Em 2018 produziremos riqueza ao mesmo nível de 2007”, afirmou hoje o ex-ministro da economia e professor universitário, durante o congresso da APAVT, que decorre em Macau até amanhã.
24 Novembro 2017, 12h28

A economia portuguesa só regressará depois de 2018 ao nível de atividade pré-crise. “Em 2018 produziremos riqueza ao mesmo nível de 2007”, afirmou hoje Augusto Mateus, ex-ministro da economia e professor universitário, durante o congresso da APAVT, que decorre em Macau até amanhã.

O especialista que apresentou o tema ‘O papel do turismo na reinvenção do crescimento económico em Portugal’, admitiu que o crescimento económico faz-se ainda muito lentamente e temos de ir mais depressa, referindo que “não vamos lá com um modelo já esgotado”.

Augusto Mateus, referiu ainda que só depois da crise Portugal ousou olhar para a globalização e alertou para o facto de que o mercado externo começa no mercado doméstico. “Um dos problemas é que se aumentou as exportações mas reduziu-se no investimento”, salientou.

Na verdade, o economista questionou: “Como uma empresa pode crescer sem investimento? E como uma economia pode crescer sem investimento?” O especialista admitiu que a economia portuguesa enfrenta uma séria crise de investimento, público e empresarial.

Portugal na sua opinião está muito afastado das outras economias europeias. Apresenta um enorme desequilíbrio financeiro. “Portugal precisa de financiamento externo ainda durante muito tempo. Temos de prestar atenção a isso e qualquer alteração às taxas de câmbio, de juro vai criar-nos problemas graves”, acrescenta.

Augusto Mateus revelou ainda que o problema da competitividade de Portugal não está nos salários, “o nosso principal problema é o efeito da especialização. O que é verdadeiramente difícil na especialização é a geografia. Tentamos produzir e vender para mercados que crescem pouco. O que se deve procurar são mercados desenvolvidos e em crescimento”, salientou.

Para o economista, o turismo é um dos motores para qualquer país crescer e Portugal não deve desperdiçar o crescimento desta atividade, que atualmente representa 16% do PIB.

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